A semente restaurativa germina

Seguem encontrando campo fértil no meio juvenil os esforços para tornar mais presente em nossa Capital a experiência inovadora, transformadora e futurista da Justiça Restaurativa, que visa a construção de um novo paradigma social, pretendendo encerrar ciclos de violência antes que alcancem níveis mais graves. Em resumo, é uma forma eficaz e ágil de pôr fim ao conflito entre vítima e infrator, envolvendo-os em círculos de paz, sem prejuízo da reparação do dano causado.

Para se ter noção desse avanço, Recife, tida como ícone no Nordeste, atendeu 100 casos em 4 anos e só o Projeto Justiça Já, em 13 meses, enviou quase 80 casos para a Justiça Restaurativa, segundo o Instituto Terre des hommes Brasil, que os supervisiona.

Se contarmos com outros Juízos, esse número cresce e certamente já ultrapassa os 100 de Recife. Diz-se que Fortaleza já está, proporcionalmente, no topo das capitais. O que se sabe ao certo é que, em se tratando de um único Juizado Auxiliar, 80 casos é superlativo e já chama a atenção de São Paulo, que deseja conhecer nosso modus operandi.

O projeto de Justiça Restaurativa chegou em Fortaleza via Defensoria Pública, em parceria com o Terre des hommes, participando também a Polícia Civil, o Ministério Público e o Judiciário alencarinos. O referido Juizado pediu e o Tiradentes abraçou a causa e já treina, provisoriamente, infratoras do Centro Aldaci Barbosa, mas faltam recursos, muitos. Humanizar é preciso e assim deseja o CNJ.

A semente germina mas só será árvore frondosa com suportes decisivos, como o do Estado, via SEAS; o do próprio Tribunal de Justiça, através de oficialização e apoio humano, eis que já não se consegue mais atender à demanda; o da iniciativa privada; e, é claro, o da imprensa, que precisa dar ao tópico o valor que merece, tendo em foco a maior beneficiária de todo esse esforço: a sociedade.


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