A reinvenção do modelo escolar

Persiste no século XXI o domínio do modelo de educação conhecido como educação 2.0, padrão que emergiu com a revolução industrial, ou seja, a linha de montagem ainda dita o ritmo da escola do presente. Entretanto, a quarta revolução industrial está em curso e impondo a necessidade de mudanças profundas em várias dimensões da vida, sobretudo no espaço escolar.

A hiperconectividade, proporcionada por meio da internet, tem favorecido uma circulação de informações que contribui para que a produção científica promova descobertas significativas. As certezas são cada vez mais transitórias. Descobertas em áreas como Inteligência Artificial (AI) e Internet das Coisas (IoT) estão revolucionando as pesquisas e as formas de trabalho. Smartphones e tablets são parte do cotidiano das pessoas e ferramentas importantes para o desenvolvimento.

As mudanças produzidas pela quarta revolução industrial impõem para a educação uma atualização de sua agenda. Emerge o conceito de educação 3.0 que aponta para uma escola aberta que estimule a criatividade, liderança e a capacidade de resolução de problemas concretos. Esse novo paradigma exige que a escola seja um espaço mais permeável, com educadores e educandos mais ativos nos processos de produção de conhecimento.

É preciso incentivar o desenvolvimento do potencial criativo de todos os atores nas escolas, que resulte na formação de crianças e jovens adaptados a esse mundo em mutação permanente. As novas gerações precisam experimentar uma escola que preze pela inventividade e excelência.

A baixa qualidade da educação tem sido um elemento chave para o aprofundamento das desigualdades, para os baixos níveis de crescimento dos países e para a criação de postos de trabalhos precários. A educação certamente não poderá resolver todos os dilemas da humanidade, mas ela é certamente um dos instrumentos mais potentes para que as soluções possam ser produzidas.

Diante dos desafios sociais e econômicos do Brasil é urgente que seja realizada uma reforma educacional profunda que coloque a escola no centro da agenda do País. Para isso, é necessário engajar as pessoas, além de criar experiências de referência que materializem as necessidades da escola da atualidade.

A educação certamente não poderá resolver todos os dilemas da humanidade, mas é um dos instrumentos mais potentes para que soluções possam ser produzidas


Assuntos Relacionados