A psicopedagogia na Saúde

A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que trabalha com o processo de aprendizagem humana e suas dificuldades; considerando a influência da família, da escola, da sociedade, no seu desenvolvimento, utilizando métodos próprios da psicopedagogia.

Na área da saúde os psicopedagogos têm encontrado uma crise atual das práticas de saúde contemporâneas, que em contraste com seu expressivo desenvolvimento científico e tecnológico, vêm descobrindo sérias limitações para responder efetivamente às complexas necessidades de saúde de indivíduos e populações.

Teixeira (2003) coloca que as recentes propostas de humanização e integralidade no cuidado em saúde têm se configurado em poderosas e difundidas estratégias para enfrentar criativamente a crise e construir alternativas para a organização das práticas de atenção à saúde no Brasil.

Esses discursos deixam transparente o cenário em que a saúde pública vem apresentando e o descaso do contexto global em que ela está inserida. A demanda crescente atual é a humanização da assistência à saúde. Essa lacuna que se busca preencher envolve vários aspectos dentro da saúde que se influenciam entre si.

Como elementos principais desses aspectos, prioriza-se e evidencia-se o campo subjetivo do profissional da saúde e do relacionamento entre ele e o seu paciente.

O profissional coloca sua técnica e competência acima de qualquer necessidade que esteja intrínseca ao paciente ressaltando suas resistências, não efetivando a relação, o vínculo com seu paciente.

A humanização está ligada ao acolhimento, ambiente e é reconhecida como subjetividade na vida de cada um. A humanização requer atenção em inúmeros aspectos. Ela inicia na receptividade da porta de entrada da saúde em que o paciente se sente acolhido no ambiente hospitalar e que todos os profissionais ali envolvidos direto ou indiretamente com o paciente possa fazer parte desse cuidado coletivo.

É relevante ressaltar que crianças e adolescentes que estão internados em hospitais e /ou ambulatórios, por diferentes motivos, mantêm-se afastadas do seu meio familiar, escolar e social, então a intervenção do psicopedagogo, pode promover o autoconhecimento, a autonomia de cada sujeito para a sua aprendizagem e desenvolvimento, inclusive da saúde, investigando as condições individuais numa dimensão particularizada de possibilidades e importâncias.

Os profissionais da saúde devem ter conhecimento e consciência de que no procedimento do cuidado oferecido, as pessoas estão sofridas no processo saúde-doença.

Sobretudo quando cuidam de doentes debilitados, dependentes e, muitas vezes, em estado psicológico fragilizado, é necessário que os profissionais da saúde estejam capacitados para ter maior sensibilidade.

ANA VIRGÍNIA ARAGÃO DANTAS
Psicopedagoga