A longa novela da Transposição

Segundo os registros da mídia cearense e de alguns veículos nacionais, a sonhada Transposição de Águas do Francisco somente beneficiará o nosso Estado no início do ano vindouro, em mais uma protelação com a qual os alencarinos se sentem postergados, quando outras Unidades Federadas já tiveram o privilégio dessa ansiada benfeitoria, principiada na gestão do ex-governador Ciro Gomes, no Ministério da Integração Nacional.

Todos os governantes são peremptórios em afirmar, logo ao assumirem os respectivos mandatos, que tal empreendimento será favorecido com dotações expressivas, capazes de contribuir com o aguardado término de uma obra que se apresenta como de incomensurável significação para o Nordeste e para o País como um todo.

Michel Temer, em sua breve passagem pelo Planalto, chegou a inaugurar alguns trechos no Polígono das Secas, numa prova de boa vontade para com uma faixa territorial que há padecido, periodicamente, da carência de quedas pluviométricas, o que impediria os nossos dirigentes a cumprir o roteiro financeiro, antes programado, sempre procrastinado por deficiência orçamentária, consequente de corriqueiros contingenciamentos, nunca explicados convincentemente.

Pelo visto, será concluída no período bolsonariano essa missão glorificante, qual seja, a ultimação de um iniciativa de larga relevância sócioeconômica para estados situados numa região alcançada pela inclemência da falta de chuvas, frustrando as nossas expectativas de crescimento e bem-estar social.

Pode ser que, agora, o meu Ceará venha a experimentar a euforia do fim de uma almejada proposição, que já teve seus prazos delongados por algumas administrações, e tornou-se alvo de esperanças, num instante em que se instalara novo gestor no âmbito federal.

É o caso de parafrasear-se o adágio: "antes tarde do que nunca...".