A felicidade

Olhando para o nosso mundo, e analisando estatísticas de saúde, violência e dos muitos males sociais dos quais padecemos, até poderia-se questionar se a felicidade realmente existe.

Muitos acreditam que a felicidade é uma condição a ser alcançada com a conquista de uma série de bens que acumulamos ao longo da vida, como saúde, riqueza, beleza, poder, fama, etc.

Mas será realmente necessário conquistar tantas coisas para ser feliz? Hoje somos mais de 7 bilhões de pessoas na Terra. Quantos poderiam ser ricos? Ou famosos? E quanto à saúde, podemos garantir sua manutenção? Basta refletirmos para saber que não podemos conquistar tudo.

Sabemos que não há riqueza que possa garantir a nossa saúde indefinidamente e que, em nossa sociedade, há várias pessoas que, apesar de terem conquistado tudo que se diz necessário, não são felizes.

Poderíamos acreditar que viemos à vida sem um propósito maior? Estamos fadados à busca de uma fantasia? E que apenas alguns poucos afortunados teriam a dádiva de uma vida feliz?

Nosso bom senso se recusa a aceitar tal conclusão, mas há uma razão acima de todas: a ordem do Universo e da Natureza que nos faz intuir que tudo isso não pode ter sido feito pelo acaso, mas que constitui a prova de que há um princípio maior.

O Universo busca a perfeição e tudo na natureza está em constante processo de aperfeiçoamento. Estaria o ser humano à parte de tudo isso? Isso também não é admissível, pois se tudo possui um papel na natureza, como poderíamos nós estarmos à parte de tudo?

Não viemos à vida pela coincidência de um acaso fortuito. Viemos por um propósito, com uma grande missão, a mesma denotada e perceptível na Natureza que está ao nosso redor: a busca da perfeição.

Mas, infelizmente, projetamos fora de nós esses sonhos que embalaram a infância e nos fizeram viver momentos de encantamento. E, ao não encontrá-lo, acabamos desistindo da busca, caindo na inércia infeliz de uma vida sem propósito.

Disseram os grandes filósofos, como Platão, que todos nós temos um Arquétipo, um modelo perfeito de nós mesmos que se encontra em um mundo celeste. E que nós devemos buscá-lo por toda a vida, tornando cada experiência que vivemos num exercício na construção desse modelo arquetípico. Não seria essa a origem de nossos sonhos mais puros? Os sonhos da infância?

Então, o alvo de nossa busca se encontra dentro. E a perfeição almejada, não pode ser a das coisas ao nosso redor, mas a do ser humano que habita em nós, que à medida que se aproxima de seu arquétipo, à medida que cumpre sua missão, se torna expressão, como diria Platão, da Beleza, da Bondade e da Justiça, transformando tudo ao seu redor e tornando o mundo melhor.


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