A cultura do 'copia e cola'

Antigamente, quando o professor pedia um trabalho ou uma pesquisa o aluno ia até uma biblioteca, aprendia a buscar entre as prateleiras, lia livros. De certa forma, embora ele apenas copiasse, ao fazê-lo estava lendo as informações, o que ajudava na aprendizagem.

Nas últimas décadas, com a evolução tecnológica e especialmente da internet, é cada vez mais frequente o fenômeno "copia e cola" para dar conta dos trabalhos. O que não se percebeu é que a internet facilitou o acesso à pesquisa, e isso é ótimo. O ponto negativo é que foram criadas prevenções para não usar textos em modelo "copia e cola", mas na maioria das vezes a escola não se preocupa com o mais importante, que é modificar a forma como avalia a situação toda.

Veja a seguir pontos importantes a considerar sobre a facilidade de encontrar informações na internet:

A fonte: quando se pesquisa em livros, eles têm todo um processo para serem escritos e trazem fontes de pesquisa verificadas e confiáveis. Na internet, nem sempre a fonte é confiável. É preciso criar atividades e situações em aula que possam criar a criticidade necessária tanto para o aluno poder valorizar fontes confiáveis quanto para já educá-lo contra a pirataria e plágio.

A facilidade: o fato de facilitar o acesso é maravilhoso, mas perigoso. Mostrar quanto é fácil aprender é fantástico, mas mostrar os perigos desta facilidade é também vital.

A tarefa: o modo como a tarefa é pedida talvez seja a questão mais delicada e essencial a se considerar. Muitas escolas se rendem ao comodismo e simplesmente pedem uma pesquisa sobre o tema X, mas será que só "jogar" esse tipo de tarefa não é o que prejudica o processo?

Não é preciso muito para evitar situações de "copie e cole", mas pode-se afirmar que o mais urgente é que as escolas percebam que restringir nunca foi e nunca será a solução.

Para novas respostas, é preciso novas perguntas, novas abordagens e novas tarefas. Estimule a aprendizagem.

Janaína Spolidorio

Especialista em educação