Vidro fumê, trava e alarme já não são suficientes

Escrito por Redação ,
Neste ano, já foram blindados no Ceará 593 veículos particulares por blindadoras, segundo Exército

Proteger a empresa e a casa para muitos ainda não é suficiente. Dentro do mercado de segurança, tem se expandido também o setor que cuida do item responsável pelo transporte de casa para o trabalho: o carro.

O cliente precisa verificar se a empresa blindadora está registrada no Exército Brasileiro, que regulamenta esse tipo de atividade e realiza teste no produto aplicado no veículo foto: José Leomar

No Ceará, foram blindados 593 veículos particulares apenas neste ano, segundo o Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro, responsável por controlar e fiscalizar as atividades das blindadoras. De acordo com o Exército, já são dez empresas cadastradas no Estado que oferecem o serviço.

Seguindo o mercado, o diretor da Defense Blindagens, Israel Lisboa, há um ano e meio instalou na Capital cearense a empresa que funciona há onze em Recife. “A blindagem veio promover a sanidade dos riscos de violência urbana. Antes, apenas pessoas importantes que usavam, mas, hoje, com o aumento de assaltos, furtos e sequestros relâmpagos – que coloca em risco pessoas de diferentes níveis – houve ampliação da procura”, afirma Israel.

De acordo com ele, o serviço é solicitado, normalmente, após a ocorrência de alguma situação de perigo vivida pelo cliente ou pessoa próxima a ele. Por isso, ele indica que os preços não são empecilho para quem quer ficar protegido. Além do aumento da criminalidade – que é o maior incentivo – ele ressalta que o serviço tem ficado mais acessível.

Quanto se paga

Não é possível estabelecer um valor fixo a ser pago, pois os preços sofrem inúmeras variáveis que vão desde o modelo do carro até os níveis de resistência balística que suporta. Israel projeto em um carro popular com motor de até 1.6 e nível mais simples de proteção o custo de R$ 12 mil. Contudo, ele reforça que é preciso analisar se o motor de fato suportaria a blindagem e se o nível é realmente o ideal.

Em um carro modelo EcoSport ou Freelander, por exemplo, a empresa Defense calcula um custo de R$ 24 mil para nível de proteção II, R$ 29 mil para o nível III e R$ 31 para o terceiro nível com material mais leve. Todas as opções oferecem uma garantia de três anos.

Além de verificar se a blindadora está registrada no Exército, o cliente precisa conferir os documentos do Centro de Avaliação do Exército, que realiza teste da blindagem aplicada no veículo.

Israel Lisboa destaca que é necessário também que o cliente fique atento à necessidade de manutenção semestral dos veículos, especialmente na regulagem de freios e suspensórios – já que a blindagem ocasiona um desgaste maior com o peso.

Proteção para o carro

São muitos os acessórios encontrados no mercado contra roubo e furto de veículos que são mais conhecidos e acessíveis. Além dos vidros fumê, alarme e trava de segurança das portas, é possível instalar bloqueador anti-furto. O produto corta a ignição, sendo acionada novamente apenas pelo proprietário, que sabe onde fica localizado botão que permite o funcionamento.

Automóveis: sistema de fábrica para monitorar

Os veículos deverão sair de fábrica equipados com o Sistema Integrado de Monitoramento e Registro Automático de Veículos, conhecido como Sinrav, a partir de janeiro de 2013. Mesmo assim, as empresas que realizam o monitoramento via satélite demoram a regularizar suas homologações junto ao Conselho Nacional de Trânsito (Contram), por conta de diversas modificações de tecnologias exigidos pelo órgão. Atualmente, são menos de 10 empresas cadastradas para fornecer o serviço em todo território brasileiro, faltando menos de dois meses para a medida entrar em vigor.

A Resolução foi publicada pelo Contran no dia 27 de julho de 2007, e seu primeiro artigo exigia que todos os veículos novos, poderiam ser comercializados somente com o equipamento instalado, após 24 meses a partir da sua publicação. A instauração foi prevista para 2009, mas entrará em vigor apenas em 2013, quatro anos mais tarde. Durante este tempo, muitas modificações de tecnologias foram exigidas das prestadoras de serviço.

A pressão por parte das seguradoras de veículos, que se posicionam contra a medida, seria um dos motivos que pode ter levado ao atraso. Outra razão é a polêmica sobre a privacidade dos motoristas, que poderia ser perdida com a medida.

Empresa já aposta em franquia para crescer

Helder Macêdo conta que a Rastrum, desde que começou a atuar no segmento, já tem 2,5 mil veículos rastreados FOTO: LUCAS DE MENEZES

Ao lado da blindagem, o rastreamento de veículos é outro forte segmento quando se trata de segurança. Do ano passado para cá, o crescimento na procura pelo serviço registrou alta de 70%, como no caso da Locktec/Rastrum. Desde que começou a atuar especificamente nesta área, há cerca de quatro anos, a empresa já conta com 2,5 mil veículos rastreados e vende, mensalmente, de 100 a 150 novos rastreamentos, em média.

O negócio deu tão certo, e há tanto espaço para crescer, que o empresário Helder Macêdo já até abriu franquias da empresa. "Nós lançamos nossa franquia de rastreamento há apenas dois meses e já temos um franqueado em São Paulo. Estamos com mais dois em negociação. Vale lembrar que apesar de estarmos em Fortaleza, estamos interessados em ter franqueados aqui também. Temos espaço para uns cinco ou seis", destaca.

Produtos próprios

Segundo ele, a facilidade com que a empresa formatou esse modelo de negócio deveu-se a desenvolvimento próprio dos produtos utilizados na prestação do serviço. "Nós disponibilizamos nossa mesa de monitoramento, o software de controle e o equipamento que gera a informação, os dois últimos desenvolvidos por nós, o que dá uma grande liberdade de adaptação e parametrização para quem ser nossa franqueado, diferentemente dos nossos concorrentes que adquirem no mercado e de fornecedores distintos", explica Macêdo. "O franqueado cuida apenas da comercialização", completa.

Segmentação

Conforme disse, há quatro grandes vertentes que impulsionam o segmento de rastreamento de veículos. "A primeira é a segurança sob o ponto de vista do roubo. A segunda, que é um sucesso, é o gerenciamento de frotas para empresas e o rastreamento de carros particulares. Conseguimos fazer várias parametrizações de acordo com a necessidade do cliente e ainda vemos o que está acontecendo em tempo real. Em seguida vem o monitoramento de veículos que transportam valores e cargas mais caras. É o que chamamos de gerenciamento de risco. Uma quarta vertente é o rastreamento de motos. O que ajuda na hora de seu proprietário contratar um seguro", detalha.

Valores

Quanto a valores, Macêdo ressalta que, atualmente, o rastreamento de um veículo sai, em média, por R$ 75,00 por mês, com mais R$ 100,00 a R$ 150,00 de adesão. Já monitoramento de motos cai para R$ 55,00 mensais", conta. "Mas esses valores já foram bem maiores. Antes, custava em torno de R$ 150,00, quando ainda nem era o sistema GPS. Mas a tecnologia avançou, o custo dos equipamentos caiu muito também", emenda.

ANCHIETA DANTAS JÚNIOR
Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.