Terminal do Mucuripe atrai investidores nacionais e estrangeiros

Alguns grupos já visitam as dependências do Porto de Fortaleza e, segundo a Companhia Docas do Ceará, incluem operadores de portos, de outros terminais de passageiros e de empreendimentos da área de eventos

Escrito por Bruno Cabral , bruno.Cabral@svm.Com.Br
Legenda: Área concedida à iniciativa privada será apenas a do Terminal Marítimo de Passageiros
Foto: José Leomar/Diário do Nordeste

Previsto para o dia 27 de março de 2020, o leilão de concessão do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza já conta com empresas interessadas, brasileiras e estrangeiras. Segundo a diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), Mayhara Chaves, até o momento a maior parte dos interessados são grupos brasileiros. A CDC não revelou possíveis interessados.

Segundo Mayhara, alguns grupos estiveram no Porto no fim de novembro para conhecer melhor o equipamento. "Alguns são operadores de portos, de outros terminais de passageiros, mas também tem empreendimentos da área de eventos, que querem agregar valor ao terminal de passageiros", disse a diretora-presidente logo após o lançamento do edital de licitação, realizado na manhã de ontem (6). O documento será publicado no Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (9).

Investimento

O edital prevê que a empresa ganhadora deverá realizar investimentos de R$ 1,6 milhão na estrutura do terminal e pagar parcelas fixas de R$ 54,4 mil por mês, pelo período de 25 anos, prorrogáveis pelo prazo máximo de 70 anos. "Esse é o investimento inicial, mas a empresa participante terá de apresentar uma garantia de R$ 500 milhões para manter toda a infraestrutura", diz Mayhara.

De acordo com o edital, a empresa vencedora irá explorar apenas o terminal de passageiros e o estacionamento, permanecendo sob a responsabilidade da Companhia Docas a operação dos berços de atracação onde fica o empreendimento. Em contrapartida, o arrendatário poderá cobrar a tarifa-teto de R$ 59,31 para o embarque e desembarque de passageiros e tarifa de trânsito máxima de R$ 39,29. "A empresa que ganhar a concessão poderá alugar seus espaços para restaurantes, lanchonetes ou lojas. Ela poderá utilizar a estrutura da forma que achar adequada", explicou a diretora-presidente.

Atividade-fim

Com a concessão do terminal, Mayhara diz que a Companhia Docas, hoje responsável por serviços de segurança, limpeza, embarque, desembarque e aluguel para eventos, poderá focar na sua atividade-fim, que é a movimentação de cargas e navios. "O porto tem que dividir a atenção entre eventos, navios de cruzeiro e movimentação de cargas. Entregando o terminal (de passageiros) à iniciativa privada, não perdemos renda, pelo contrário, e focamos na nossa atividade-fim", diz Mayhara.

A expectativa é que, com a concessão, a movimentação de passageiros no terminal cresça 50%. Desde 2014, quando começou a operar, o equipamento já recebeu 42 embarcações, com cerca de 63,5 mil turistas e tripulantes, dos quais 16 mil somente em 2018.

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