Terceiro setor ganha força e emprega 63,1 mil trabalhadores no CE

Em 2017, dado mais recente divulgado pelo Ipea, o Estado possuía cerca de 35,8 mil Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Trabalho das instituições busca suprir a ausência do poder público na comunidade

Escrito por Redação ,
Legenda: O presidente do Instituto Myra Eliane, Igor Queiroz Barroso, fala sobre a atuação da organização
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

Com o objetivo de suprir insuficiências nos serviços à sociedade deixadas pelo poder público, o Terceiro Setor tem ganhado força no Estado e se profissionalizado. Com registro de Organizações da Sociedade Civil, as OSCs, o Ceará tinha mais de 35,8 mil instituições em 2017, dado mais recente do Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ao todo, o setor emprega mais de 63 mil trabalhadores.

O Ceará é o oitavo estado com mais OSCs do País e o segundo da região Nordeste, atrás somente São Paulo (160 mil), Minas Gerais (81,5 mil), Rio de Janeiro (65,7 mil), Rio Grande do Sul (59,9 mil), Bahia (54,8 mil), Paraná (52,8 mil) e Santa Catarina (45,1 mil).

Para fazer um trabalho de qualidade e que de fato faça diferença na vida das comunidades, as OSCs precisam de recursos. No Ceará, praticamente a totalidade delas tem origem no poder público, de acordo com o Ipea.

No ano passado, a União destinou R$ 62 milhões do orçamento federal a entidades do terceiro setor no Ceará. O montante é 33,7% maior que o empenhado no ano anterior (R$ 46,6 milhões).

Seminário

Com o objetivo de debater os avanços do segmento no Estado, bem como os desafios de gestão e estratégias de fortalecimento, a Universidade de Fortaleza (Unifor) recebe o Seminário Conexão Terceiro Setor, evento que reúne gestores e profissionais de entidades sem fins lucrativos, além de representantes do segmento empresarial e do poder público.

A organizadora do Conexão Terceiro Setor, Socorro Cândido, ressalta que, além do assistencialismo complementar realizado pelo setor, a atividade ainda contribui para o desenvolvimento econômico das comunidades e municípios. "Primeiramente, nós temos o impacto da mão de obra. A média de rendimento dos nossos empregados no Nordeste é de 2,5 salários mínimos. É mais renda, mais consumo, mais pagamento de impostos", destaca.

Educação

"Além disso, ainda temos instituições, por exemplo, que incentivam o empreendedorismo em escolas públicas. O próprio (Governo do) Estado reconhece a atuação e chama essas instituições para realizar o trabalho dentro das escolas profissionalizantes", ressalta.

Umas das organizações com resultados reconhecidos é o Instituto Myra Eliane, presidido pelo também diretor de Relações Institucionais do Grupo Edson Queiroz, Igor Queiroz Barroso. Criado em 2016, o instituto tem atuação na educação infantil, com foco nas crianças de até seis anos, promovendo metodologia que une os valores humanos e a Base Nacional Comum Curricular. O método desenvolvido já está presente em 328 escolas de 11 municípios cearenses, beneficiando 37,4 mil crianças.

"Os recursos financeiros que aplicamos em educação são considerados investimentos que fazemos na vida dessas pessoas para o desenvolvimento social delas, para que elas cresçam, gerem renda, para que entrem no mercado de trabalho formal e passem a consumir", destaca Barroso.

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