Sinduscon propõe redução de custos do Minha Casa

Escrito por Redação ,
Evento reunirá cerca de dois mil profissionais da área para debater temas como inovação, PPPs e sustentabilidade

Representantes do setor da construção civil de todo o Brasil estarão reunidos a partir de hoje, em Belo Horizonte, para o 84º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), maior evento empresarial e político da Indústria da construção nacional. Representando o Estado no evento, o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) pretende propor alternativas para a redução de custos dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, que segundo a entidade, vem sendo o grande obstáculo para que as construtoras cearenses se interessem mais em participar do programa federal.


Somente cerca de 15 mil casas foram entregues no Ceará pelo Minha Casa FOTO: DIVULGAÇÃO

De acordo com o presidente do Sinduscon-CE, Roberto Sérgio, o problema da construção de residências para o Minha Casa, Minha Vida no Nordeste em geral não são os materiais de construção, tendo em vista que a região conta com fornecedores de tijolo, brita e cimento, por exemplo, mas os custos com o terreno e infraestrutura. "Não há como questionar os valores dos terrenos, pois trata-se de uma questão logística, mas acho que os custos com infraestrutura não deveriam fazer parte do investimento. Fica muito caro providenciar, por exemplo, toda uma estrutura de esgoto em um local que não a possui. Espero que no Enic possamos encontrar alternativas para reduzir os custos e tornar o programa mais viável e eficiente", afirma.

Minha Casa no Ceará

Segundo dados da Caixa Econômica Federal, que fiscaliza a construção dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, foram entregues 15.436 residências até o momento no Ceará para famílias com renda mensal de até três salários mínimos, em um investimento total superior a R$ 680 milhões. Fortaleza conta com apenas três empreendimentos, que juntos somam 608 residências, mas deve receber outras 368 casas até o final do ano, informa a Caixa.

Apesar das mais de 15 mil residências já entregues no Estado, a lista de famílias cearenses que se inscreverem no Minha Casa em junho e julho de 2009 e ainda não receberam suas moradias ainda é extensa. A Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), que faz a seleção dos beneficiados, já informou que dificilmente todas as 90 mil famílias escritas serão atendidas.

Segundo a Habitafor, os critérios para seleção das famílias priorizam fatores como: proximidade do conjunto habitacional entregue, maior número de pessoas, famílias chefiadas por mulheres e aquelas que contam com idosos e deficientes.

84º Enic

Durante o 84º Enic, que acontece até sexta-feira (29), no Expominas, cerca de dois mil empresários, profissionais, lideranças sindicais, representantes de diferentes órgãos do Poder Público, estudantes e outros atores relevantes para o segmento discutirão temas estratégicos como inovação tecnológica, sustentabilidade, qualificação profissional, relações de trabalho, saúde e segurança do trabalho, qualidade, produtividade, parcerias público-privadas, responsabilidade social, obras públicas, financiamento imobiliário e questões relacionadas às cidades, como mobilidade urbana, dentre outros.

Presenças ilustres confirmaram presença, como a presidenta da República, Dilma Rousseff, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Guilherme Augusto Caputo Bastos, o ministro-substituto do Tribunal de Contas da União, Marcos Bemquerer, o ex-presidente da República e sociólogo, Fernando Henrique Cardoso e muitos outros.

São também esperados outros grandes nomes das áreas empresarial, técnica, jurídica, ambiental e financeira, como a diretora do Departamento de Infraestrutura Social do Ministério do Planejamento, Maria Fernanda, o vice-presidente de Governo e Habitação da CAIXA, José Urbano, o diretor de Empréstimos e Financiamentos do Banco do Brasil, Gueitito Matsuo Genso, o diretor executivo de Implantação de Projetos de Capital da Vale, Galib Abrahão Chaim, o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti.

Em sua 84ª edição, o ENIC é um evento itinerante que acontece nas principais capitais brasileiras. Pela terceira vez em Belo Horizonte, o evento acontece em paralelo ao maior evento da cadeia produtiva da Construção de Minas Gerais, o Minascon/Feira Construir Minas 2012.

Vagas criadas no setor recuam 51%

São Paulo.
O número de contratações na construção civil no País diminuiu em maio, segundo pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), feita em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada ontem. O levantamento mostra que, em maio, foram criados 17,2 mil empregos com carteira assinada no País. O número é 50,9% menor do que o registrado em maio de 2011 e 0,51% acima do verificado em abril de 2012.

Nos primeiros cinco meses do ano, o setor empregou mais 186,9 mil trabalhadores, um crescimento de 5,89% em relação a igual período de 2011. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio foram contratadas mais 238,9 mil pessoas, expansão de 7,65%. No fim de maio, o setor empregava 3,361 milhões de trabalhadores no País. Em nota, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, afirma que "a desaceleração do crescimento do emprego na construção sinaliza que o nível da atividade no setor ainda se eleva, mas em um ritmo menor."

Custos

A escalada dos custos com mão de obra é apontada por alguns analistas como o principal motivo da queda no ritmo de contratações. Para eles, as contratações deverão, no entanto, continuar puxadas pelo grande volume de obras em andamento. Como não dá para interromper ou adiar as obras, o jeito é contratar, mesmo que a um custo alto, dizem. No caso de infraestrutura, os empresários estão mais desconfiados com o andamento das obras, com investimentos públicos e a execução desses projetos têm mostrado uma velocidade abaixo do esperado pelo setor. No fim de maio, a Região Sudeste concentrava 1,694 milhão de trabalhadores da construção civil, seguida pelo Nordeste (715,9 mil), Sul (475,2 mil), Centro-Oeste (273,5 mil) e Norte (201,4 mil). O Norte apresentou o maior crescimento (1,59%) na comparação de maio com abril, seguida pelo Centro-Oeste (1,21%), Sul (0,93%), Sudeste (0,36%) e Nordeste (0,04%).
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