Setor esportivo investe em tecnologias para melhoria de negócios

Times de futebol e basquete têm aderido a softwares voltados para novas experiências ao consumidor, que trazem mais interação e engajamento aos sites. Outros sistemas também ajudam no controle e gerências dos clubes

Escrito por Bernadeth Vasconcelos , bernadeth.Vasconcelos@svm.Com.Br

As tecnologias estão presentes em todos os segmentos da economia. E o setor esportivo tem acompanhado as tendências de mercado e investido em plataformas para aprimorar a gestão e o alcance de seus negócios. As estratégias, alinhadas ao uso de softwares corporativos, servem para entender o perfil dos torcedores e possibilitar novas experiências fora da arquibancada, como a criação de plataformas interativas, que geram engajamento e estimulam indiretamente mais consumo.

"Hoje em dia, você precisa otimizar os custos de produção na indústria 4.0, usando as tecnologias mais avançadas que existem, desde a rede de telefonia privada, utilizando equipamento de computação na borda (para que você possa ter respostas imediatas nas demandas) até a aplicação de tecnologias de inteligência artificial para que você aprenda nesse processo, fazendo com que esses eventuais erros de produção não aconteçam mais. E parceiros, porque ninguém faz tudo nesse ramo de tecnologia", diz Nelson Campelo, presidente da Atos, empresa voltada para o ramo de softwares.

Performance

Negócios da área de tecnologia têm elaborado programas de softwares pensando no segmento esportivo. A SAP, especializada em sistemas corporativos, elaborou uma ferramenta para criar e organizar estatísticas dos atletas dos times de basquete e, principalmente, de futebol. Por meio dela, é possível criar estatísticas de acordo com os rendimentos dos jogadores e facilitar a tomada de decisão da comissão técnica. "Os clubes estão se profissionalizando cada vez mais, como qualquer empresa. Um dos investimentos que os clubes vêm fazendo é a implementação de sistemas de ERP (softwares de gestão empresarial)", comenta Nelson Campelo.

Através dos dados coletados, a tomada de decisões da equipe técnica em relação ao condicionamento físico dos atletas pode ser analisada pelos números. "Você consegue criar um histórico do jogador, como um funcionário de uma empresa. É possível saber se o jogador está se machucando muito, então pode diminuir a carga de treino. Você consegue coletar dados estruturais e fazer uma avaliação em cima disso. E o principal: ter um legado. O Brasil é um dos países que mais se troca de jogador e comissão técnica, durante as competições. Se você não tem um tipo de estruturação como essa, a comissão leva e vai embora, você perde esses dados. Você não tem um histórico do que aconteceu", explica Denis Tassitano, diretor de vendas da SAP.

Ainda de acordo com Tassitano, o segmento tem mostrado cada vez mais interesse em realizar investimentos para otimizar a gestão dos times. "Os clubes já estão começando a investir pesadamente nisso. Nós temos clubes como o Manchester City (clube da 1ª divisão do futebol inglês), Flamengo/RJ que foram os clubes que estão usando essa plataforma em sua gerência", comenta.

Novas experiências

Com investimentos em tecnologia, a liga de basquete NBA também conseguiu aumentar o fluxo de usuários no site. Os dados relacionados às performances dos atletas são disponibilizados aos torcedores. Desde 2012, o engajamento aumentou em 66%, período em que o software passou a operar. "Você consegue ter todas as estatísticas do consumidor. São geradas mais de 250 por segundo, que são disponibilizadas para o consumidor. Assim como no futebol, no basquete, todo mundo quer ser técnico. Então, você tem que ter dados para basear isso. Então, a NBA colocou nas mãos do consumidor as estatísticas para que ele crie sua opinião com base nisso, já que no mercado americano tudo é número. É ligar o torcedor também a esse mundo de dentro do campo, não só mais só os técnicos dentro disso", conta o diretor da SAP.

A ideia, segundo Tassitano, é proporcionar uma nova visão ao torcedor. "A gente lançou junto com a NBA um reality show, que trazia o consumidor como gerente geral de um time, trabalhando em cima de estatísticas. Essa ideia aumentou em consideravelmente o tráfego de fãs nos sites da NBA, o que se converte em vendas a longo prazo", diz.

Além disso, a liga americana também anunciou uma novidade no mercado, baseada no big data e digitalização na prática: uma quadra de basquete sensorial. O participante pode realizar arremessos e câmeras instaladas em determinados pontos da quadra que contabilizam os lances. Cada jogador tem 1 minuto na imersão e, se atingir boa pontuação, ganha um brinde. No final, o participante pode comparar seu rendimento com os de jogadores da liga. A ideia ainda é um protótipo, mas que é um dos exemplos de inovação que a empresa utiliza.

Gestão

O Flamengo também está seguindo o mesmo ritmo, implementando um sistema de análise de performance dos jogadores e outro que organiza contratos, gastos e outros processos operacionais. Com isso, houve ganho de produtividade e economia de tempo, otimizando processos reduzindo custos em até 80%, conforme a assessoria.

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