Setor de laticínios sofre 'isolamento'

Escrito por Redação ,

Fortaleza/São Paulo. O setor produtor de laticínios demonstrou preocupação, ontem, com a paralisação dos caminhoneiros. Em nota oficial, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) reclamou do "isolamento sofrido pelos pequenos e médios produtores de leite que não conseguem chegar com seu produto, altamente perecível à indústria, por conta das barreiras impostas nas estradas, pelo movimento grevista dos caminhoneiros".

O texto divulgado ontem (23), assinado pelo presidente da entidade, Flávio Saboya, afirma que a classe acaba sendo apenada, apesar de concordar com o movimento liderados pelos caminhoneiros autônomos.

"Reconhecemos os direitos constitucionais que assistem ao movimento, mas, também requeremos o bom senso para não se impor a uma classe já profundamente atingida pelo mais longo período de seca da nossa história, ainda mais prejuízos", ressaltou a nota da Faec.

O diretor do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado do Ceará (Sindilaticínios), Frederico Hosanan, reforçou que a paralisação dos motoristas reclamantes do preço do combustível acarretará "muitos problemas" para diversos setores produtivos, aqui e em todo o Brasil.

Na visão dele, "vai faltar insumos, matéria prima". "Caminhões não saem das fábricas. As coletas, não acontecerão em alguns locais, e o mais sério de tudo, é que o governo tem que ter o bom senso referente a essa situação e baixar os impostos, pois a greve é legal", afirmou.

Frangos

A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, informou também em nota, assinada por Lorival Nogueira Luz Júnior, o atual diretor presidente global e vice-presidente financeiro e de relações com investidores, que na manhã de ontem, suspendeu a atividade de quatro unidades de abate de frangos e suínos.

As plantas ficam em Nova Marilândia (MT), Dois Vizinhos (PR), Toledo (PR) e Campos Novos (SC). O motivo é falta de insumos e de animais para abate e de caminhões para escoar os produtos processados. A principal reivindicação dos caminhoneiros é a redução da carga tributária sobre o diesel.

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