Serviços empregaram menos

Escrito por Redação ,

O ano de 2007 registrou um crescimento de 7% na geração de empregos no Estado. Todos os setores obtiveram resultados positivos, com excessão de um: o de Serviços. Apesar de ainda ser o maior empregador no Ceará (38,6% do total de 95.728 novas vagas), o setor passou de um total de postos criados de 38.174, em 2006, para 36.975 em 2007.

´O forte do setor é o turismo, que acaba influenciando na rede hoteleira, no movimento nas barracas de praia, nos restaurantes, no aluguel de automóveis, nos serviços de taxi´, diz o coordenador estadual de intermediação de profissionais do Sine/IDT, Antenor Tenório.

Segundo ele, a expectativa para a geração de empregos no setor, este ano, é menor do que a de 2007. ´O primeiro semestre é o termômetro. O período para demonstrar resultados positivos era agora, mas a rede hoteleira já espera uma ocupação menor do que a do ano passado para o Carnaval, por exemplo. O setor pode ter uma recuperação no segundo semestre, mas não o suficiente para superar os resultados anteriores´, afirma.

Entretanto, ele acredita que investimentos estatais na área de turismo de eventos, a criação de novos vôos charters e uma maior divulgação do destino Ceará nas mídias nacionais e internacionais podem ajudar a recuperar o setor. ´Mas isso é apostando em resultados mais à frente, são investimentos a médio e longo prazo´, diz.

Outras áreas crescem

Ainda que as atividades ligadas ao turismo não estejam com boas expectativas, outras áreas vêm registrando um incremento na demanda de mão-de-obra no Ceará e no Brasil. É o caso do operador de telemarketing. A atividade esteve entre as dez profissões mais demandadas através do Sine/IDT no Estado, ocupando a quinta colocação. Com 3.148 vagas ofertadas, subiu cinco colocações no ranking do sistema de colocação profissional.

Outra atividade em expansão na área de serviços é a de agente de segurança, que ofereceu 3.701 postos de trabalho no ano passado. “As áreas de call center, tecnologia da informação, telefonia celular, informática, dentre outras devem apresentar alta, contratando contingente, o que será ótimo para o Brasil´, afirma o presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), Paulo Lofreta.

CRISE INTERNACIONAL - Expectativas podem ser revistas

O setor de serviços também poderá ser prejudicado com as más notícias que vêm da economia internacional. Assim acredita o presidente da Cebrasse, Paulo Lofreta. Até o momento de estourar a queda generalizada nas bolsas de valores ao redor do mundo, o setor previa um crescimento de 5% neste ano. Após isso, as expectativas podem ser revistas.

´Com essa crise, o Brasil poderá vir a crescer menos este ano. Isso, conseqüentemente, irá afetar o setor´, acredita. Para ele, uma retração na economia nacional implicará numa redução na criação de novas vagas de trabalho nos Serviços. Este revés ainda vem acompanhado de outro entrave: a alta carga tributária brasileira, que chega a 32% do lucro resumido das empresas do setor.

Para o Nordeste, a expectativa da Cebrasse era menor. A média de crescimento na região estava prevista para 3%, enquanto no Sudeste era de 7,5%. Isso, segundo Lofreta, acontece porque o Sudeste concentra a maior parte das empresas prestadoras de serviço.

No caso do Ceará, o comportamento dos serviços está diretamente ligado ao desempenho turístico, que não vai indo muito bem. Um dos motivos é a valorização do real frente ao dólar, que gerou uma menor vinda de estrangeiros e uma grande saída de turistas nacionais para destinos fora do Brasil.

A crise no EUA poderia, contrariamente ao que se espera em outros setores, gerar um efeito positivo para os Serviços, com a alta do dólar. Mas a sugestão é descartada pelo presidente da Cebrasse. ´As reservas de capitais estrangeiros no País estão altas. O dólar, mesmo subindo, não deve chegar a patamares iguais aos de alguns anos atrás. Isso não vai ocasionar, de forma alguma, a vinda de mais turistas´, justifica.

Ele destaca ainda a conjunção de outros fatores que contribuem negativamente para o turismo, como os atrasos nos aeroportos brasileiros e os crescentes casos de febre amarela e da violência. (SS)

SÉRGIO DE SOUSA
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