Salários vão de R$ 1 mil a R$ 8 mil no Estado

Dependência de editais e baixa demanda comercial é principal empecilho para o mercado local de games

Escrito por Redação ,
Legenda: Cláudio Martins é sócio e diretor de animação de um dos 61 estúdios de desenvolvimento de jogos em atividade no Nordeste. O Valente Studio já atua no mercado cearense há seis anos
Foto: Foto: RODRIGO GADELHA

Com produções multimilionárias, o mercado de jogos deve movimentar US$ 137,9 bilhões em 2018, segundo estudo da empresa global Newzoo. Mas, no Ceará, as desenvolvedoras de games ainda dependem de muita criatividade para conseguir se manter ativas em um ambiente de pouquíssimo investimento externo, baixo conhecimento da iniciativa privada e pouco apoio governamental. Ainda dependentes dos editais públicos de projeto, as empresas locais precisam, sempre, buscar caminhos próprios. No cenário local, carreiras básicas, como programador e game designer, geram salários, em média, no intervalo entre R$ 1,5 mil e R$ 8 mil.

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Segundo dados do2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, De 2013 a 2018, o número de estúdios de desenvolvimento de games no Brasil passou de 142 para 375. No Nordeste, nesse mesmo intervalo, o salto foi de 20 para 61 estúdios de desenvolvimento de jogos.

No entanto, como explica Cláudio Martins, sócio e diretor de animação do Valente Studio, todo o mercado e rendimentos dependem justamente dos projetos nos quais cada desenvolvedora de jogos está envolvida. Para contornar a falta de apoio, Martins explica que o estúdio vem buscando cada vez mais explorar conceitos de inovação e projetos baseados em realidade virtual, aplicada a conceitos variados, como saúde até turismo.

"O Valente Studio tem 6 anos, mas sempre foi muito difícil, até pela percepção dos investidores aqui no Estado, então a gente tem meio que fazer o nosso mercado. Isso deixa o nosso mercado muito travado. Mas, assim, nos últimos anos tem melhorado muito, e a gente tem trabalhando muito com esses projetos de inovação e de realidade virtual, e estamos sempre pensando em novos projetos", afirmou o diretor de animação.

Dinâmico

Apesar do caráter dinâmico, Martins reconhece que o mercado pode dar bons resultados para as empresas desenvolvedoras, caso haja capacidade de se adaptar. Atualmente, o Valente está envolvido em um projeto de realidade virtual para o tratamento da labirintite de forma lúdica - por meio de um edital da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) -, e do desenvolvimento de um jogo de luta, chamado "Trajes Fatais", em parceria com outra empresa.

Estratégia

Além do baixo nível de investimento e orçamento, o game designer Thales Ayala ainda destaca que o mercado local ainda precisa evoluir na questão da visão estratégica e no desenvolvimento dos conceitos de marketing, para continuar crescendo. "A gente precisa estar sempre se reinventando para poder pensar nos projetos, e entender que ainda não podemos competir com as grandes desenvolvedoras mundiais, então estamos sempre procurando jeitos de reaproveitar conceitos já estabelecidos na história dos games". (SQ)

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