´Safra deve ser a pior dos últimos 18 anos´

Escrito por Redação ,
Redução desde a primeira estimativa de colheita do ano já chega a 73,61% em julho, segundo IBGE

A produção agrícola para 2013 no Ceará deve ser a terceira pior dos últimos 18 anos, de acordo projeção do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa é que o Estado produza 329.018 toneladas de grãos no ano. Comparada a junho, a previsão caiu 11,45%, já que no mês referido o levantamento previa que o Estado iria produzir 371.581 toneladas.

O milho e o feijão-de-corda tiveram declínio na produção por conta da estiagem e reduziram a safra inicial em 79% e 72%, respectivamente Foto: Rodrigo carvalho

Houve ainda uma redução de 73,61% se comparada a safra estimada de julho com a primeira feita, de janeiro, que presumia 1.246.856 de toneladas.

"Julho se diferenciou porque, no período da pesquisa, a quantidade de chuva que caiu no Estado foi maior que o comum, historicamente. Mas isso não refletiu, não deu para garantir uma estimativa maior. Para a agricultura, a safra foi menor", afirmou Regina Dias, coordenadora do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuária do Ceará.

Comparação relativa

A perspectiva, no entanto, subiu 40,69% em relação ao ano de 2012, que teve produção de 233.857 toneladas. O ano passado foi considerado o pior da safra em 17 anos, em decorrência da estiagem.

A estimativa da safra para 2013 em julho também foi menor que a colhida em 1998, quando a produção foi de 265.870 toneladas, segundo evidencia o relatório do LSPA.

Nacionalmente, no mês passado, o IBGE totalizou estimativa para a safra de 187,9 milhões de toneladas para 2013, 16,1% maior que a de 2012. Proporcionalmente, o crescimento é menor do que o registrado no Ceará (40,69%).

Milho e feijão no CE

Produzidos em todos os municípios cearenses, o milho e o feijão-de-corda tiveram declínio na produção em relação ao início do ano por conta da estiagem, segundo o relatório. O milho (grão e semente), que é o produto com maior participação da safra de grãos, sofreu declínio de 79,88% nos seis primeiros meses do ano. Em janeiro, a produtividade esperada era de 882.601 toneladas, reduzindo para 177.598 em julho. "Todos os grãos tiveram declínio. O milho, por exemplo, é bastante exigente em relação à água e, por isso, a produção dele caiu", afirma a coordenadora.

O feijão-de-corda teve redução de 72,61% em relação a janeiro, passando de 241.054 toneladas para 65.876 toneladas. O item é o segundo no ranking de participação da safra total de grãos. Outros produtos também declinaram, como o algodão, o amendoim, o arroz de sequeiro, o girassol e a mamona.

Frutas frescas

Relacionando os dados de julho com os de junho, o relatório mostrou estabilidade, tendo decréscimo de apenas 0,09% para as frutas frescas - de 1.184.431 toneladas em junho para 1.183.408 toneladas esperadas. O melão e a goiaba irrigada alteraram positivamente e o abacate, a bana de sequeiro, a goiaba, a laranja e a manga de sequeiro alteraram negativamente.

ALINE CONDE
REDAÇÃO WEB RÁDIO VERDES MARES
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