Produção de coco no Ceará cresce 20% no segundo semestre

Chuvas pontuais que caíram a partir de julho impulsionaram produção, aponta o presidente do Instituto ECoco do Brasil, Bezerra de Menezes. Produtores cearenses se planejam para iniciar exportação no próximo ano

Escrito por Redação , negocios@verdesmares.com.br
Legenda: O Ceará é o segundo maior produtor de coco do País, atrás somente da Bahia
Foto: Foto: Cid Barbosa

As chuvas registradas no Ceará na segunda metade do ano impulsionaram a produção de coco em cerca de 20%. Com o ritmo atual, o volume produzido pelo Estado alcançaria dois milhões de toneladas por ano, apontou o presidente do Instituto ECoco do Brasil, Bezerra de Menezes, durante a Feira Nacional do Coco (Fenacoco), que acontece até esta sexta-feira (8) em Fortaleza.

Atualmente, há quase cinco mil hectares plantados que empregam cerca de 200 mil pessoas direta e indiretamente. "O Ceará é o segundo estado brasileiro com a maior produção de coco, perdendo apenas para a Bahia. Sergipe fica em terceiro lugar", aponta.

Com o aumento da produção e o avanço de tecnologias voltadas para o desenvolvimento desse setor, o presidente da entidade revela que os produtores cearenses devem começar a exportar já em 2020. "Uma película que aumenta a vida útil do coco para até 40 dias deve possibilitar esse novo passo. É uma tecnologia que foi desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e que já está sendo utilizada na Bahia, onde a exportação já iniciou", detalha.

O projeto para exportar o coco está sendo apoiado pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). "Ano que vem, já vamos iniciar o processo, utilizando a expertise dessas duas entidades", destaca Menezes.

Produtos

Ele acrescenta que, entre os produtos fabricados a partir do coqueiro, é possível conseguir um leque de 200 itens. "É fantástico. Nós o chamamos (o coqueiro) até de árvore da vida, porque se aproveita tudo. Além da água, nós temos o óleo de coco, suco de coco, farinha, gordura do coco, bem como a utilização dos resíduos para o segmento não comestível", afirma.

Sobre as partes que costumam ser descartadas pela população, ele revela que a partir delas são fabricadas peças de artesanato, isolantes térmicos e acústicos, mantas, revestimentos, vasos, bem como pulseiras, botões, bancos, entre outros. "Nos anos 1960, o estofado do Fusca era fabricado a partir da fibra do coco. Hoje, a Mercedes Benz voltou a fabricar para os (veículos) semi pesados", diz o presidente do Instituto ECoco do Brasil.

AgroNordeste

O Plano de Ação para o Nordeste (AgroNordeste) também deve vai beneficiar o segmento, à medida que ajude a incorporar os produtos derivados do coco no dia a dia da população, estima Menezes.

"Esperamos que itens como a água de coco, suco do coco, óleo do coco, entre outros, sejam inseridos na merenda escolar a partir do AgroNordeste", afirma.

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