Preços de grãos e frutas registram retração na Ceasa

Escrito por Redação ,
Legenda: O quilo do feijão carioquinha chegou a R$ 12 em meados de 2016 e, agora, é vendido a R$ 3,60
Foto: Foto: Honórito Barbosa

Além de proporcionar alívio aos produtores cearenses, a chuva que vem caindo sobre o Estado também reduz a pressão no bolso dos consumidores. A maior diferença pode ser sentida com o feijão carioquinha, o mais consumido no País, cujo valor do quilo chegou a R$ 12 em meados de 2016 e, agora, é vendido a R$ 3,60 na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa).

A informação é do analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão. Ele conta que, mesmo não sendo produzido no Estado, o feijão carioquinha tem tido uma boa safra em Minas Gerais, Paraná e Goiás, de forma que o produto está sendo enviado em grande quantidade para o Nordeste. "O feijão-de-corda também está com uma produção boa, vindo de Pernambuco, Bahia e Piauí. O valor do quilo chegou até R$ 8 em dezembro. Agora, está R$ 5,80", disse.

Já entre a produção local, o analista de mercado da Ceasa destaca os preços do quilo do abacate. "Com o quadro chuvoso, eles estão em plena oferta, chegando em quantidade boa da região da Serra da Ibiapaba e a um bom preço", aponta Girão. O quilo da fruta pode ser encontrado a partir de R$ 2,50 para atacado na Ceasa, mas chegou a custar até R$ 6 no período entre novembro e janeiro, tendo caído gradativamente desde então.

Entre as frutas, também caíram os preços do abacaxi e da acerola. O abacaxi, produzido no Rio Grande do Norte e na Paraíba, chegou a custar R$ 5 o quilo nos meses de janeiro e fevereiro, segundo o analista, e agora custa cerca de R$ 3 na Ceasa. Já a acerola, produzida na Região Metropolitana de Fortaleza, pode ser encontrada por R$ 3 a R$ 4 o quilo na Central, tendo chegado a R$ 6 no fim de 2016.

Produtos típicos, como o cajá e a seriguela também têm chegado em abundância à Central, ambas a R$ 2 o quilo. A jaca está em plena safra, tendo passado de R$ 20 a unidade da variedade grande para R$ 10. A safra de limão galego também tem se recuperado. "Está R$ 2 o quilo, preço muito bom. Chegou a custar R$ 6 até fevereiro e o Ceará estava perdendo seu plantio".

Porém, ao mesmo tempo em que as chuvas favorecem a safra de vários produtos, outros não se adaptam bem ao clima chuvoso. É o caso do tomate, que voltou a ser o vilão, de acordo com o analista. "O quilo está a R$ 5,60, em média, e estava a R$ 3, R$ 2,50 até o começo de março. A chuva bate forte em regiões como Guaraciaba do Norte, Tianguá, e prejudica a produção, que veio em uma quantidade bem menor", explica Girão.

Também sensível a volumes maiores de chuva, o repolho está custando em torno de R$ 3 o quilo na Ceasa, vindo da Bahia, após chegar a custar cerca de R$ 2 o quilo até fevereiro. O mesmo aconteceu com o pimentão, que era R$ 2 o quilo até fevereiro e agora está por R$ 2,50 e a batata inglesa, que era R$ 2 o quilo e está custando R$ 3, em média. "No caso da batata, ainda tem a questão do alto consumo na Semana Santa, que eleva o preço".

Tendência

Segundo o analista, a tendência é que os preços dos produtos agrícolas, de forma geral, continuem caindo ao longo desse semestre como consequência da boa quadra chuvosa. O milho verde, por exemplo, que está chegando em grande quantidade, a R$ 0,40 a unidade, deve cair ainda mais. "Ainda vai ter muito milho verde vindo da região do Rio Jaguaribe, Tianguá, Região Metropolitana", destaca. Girão acrescenta ainda que a perspectiva é de chegar muito feijão verde, que está se mantendo entre R$ 8 e R$ 10 o quilo.

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