Pré-Carnaval gera 5 mil empregos na Região Metropolitana

Estudo aponta que período de festa também é visto, por alguns profissionais, como oportunidade para se manterem ativos no mercado de trabalho

Escrito por Ingrid Coelho , ingrid.rodrigues@diariodonordeste.com.br
Legenda: Além de músicos, os ambulantes e motoristas de aplicativos também se beneficiam com o Pré-Carnaval
Foto: FOTO: REINALDO JORGE

Sinônimo de diversão para uns, o período pré-carnavalesco na Capital cearense é, para outros, chance de garantir um bom faturamento ou uma renda extra interessante. De acordo com um levantamento realizado pela Faculdade CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), o Pré-Carnaval deste ano na Capital cearense é responsável pela geração de 5.000 empregos diretos e indiretos.

Randal Mesquita, professor da Faculdade CDL, explica que o levantamento se baseia no Modelo de Geração de Empregos (MGE) usado nos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Em eventos públicos, cada emprego direto gera outros cinco na cadeia produtiva. Nós estimamos que mil pessoas estão trabalhando diretamente no Carnaval, então, são 5 mil em toda a cadeia produtiva", calcula.

Mais beneficiados

Na avaliação dele, três categorias se destacam durante o período festivo. "O pessoal que faz diretamente o bloco, que monta o palco, os cordeiros... Eles fazem parte da participação direta na realização do evento. A segunda categoria de destaque compreende os trabalhadores na área da alimentação nos carrinhos de milho, pipoca e sanduíche". Para Mesquita, outra categoria que é beneficiada com a festa é a de transporte. "Os motoristas de táxi e os trabalhadores por aplicativos veem a demanda disparar", observa.

O autônomo Jefferson Adriane, por exemplo, vê a venda de água de coco quintuplicar no Pré-Carnaval. Em um dia "comum", ele vende cerca de 100 unidades. Em dia de festa, são quinhentos cocos comercializados. Para suprir a demanda, ele detalha que reforça o atendimento. "Eu contrato duas pessoas para ajudar nas vendas do Pré-Carnaval. É quando o faturamento dá uma 'levantada'", diz.

Personalização

A Linge, loja especializada na venda de lingeries, desde 2016 presta serviços de customização de abadás durante períodos festivos. De acordo com a sócia-proprietária da marca, Izanara Feijó, o quadro de funcionários é ampliado temporariamente para atender à demanda aquecida.

"São duas pessoas a mais, sendo uma profissional de costura e a outra fica na parte de logística e atendimento voltado para as customizações", diz Izanara. O serviço fica disponível sempre às sextas e sábados e são realizadas cerca de 60 customizações por semana. Os valores variam entre R$ 10 e R$ 25.

Com um incremento de, em média, R$ 1.200 por fim de semana no faturamento, a sócia-proprietária da marca revela que o principal ganho vem a partir da fidelização dos clientes. "Acreditamos que as vendas são impulsionadas por meio dessas ações, pois uma vez na loja o cliente acaba escolhendo uma peça para compor com o seu abadá personalizado", diz.

Idealizadora da marca Severina Maria, Luana Gurgel viu no Pré-Carnaval uma oportunidade de iniciar uma inserção em um novo nicho. Pela primeira vez apostando nos acessórios carnavalescos, ela conta com boas expectativas para a venda de adornos de cabeça e brincos.

"É uma oportunidade de colocar muito de mim em um produto e, como é um acessório que vai ser usado uma vez no ano, procuramos fazer preços acessíveis, então temos peças a partir de R$ 24,90", detalha Luana sobre as vestimentas, que carregam traços ora de culto ao feminino, ora andróginos.

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