Parcerias com estrangeiros na construção no CE

Escrito por Redação ,
As economias europeias encontram-se em um momento delicado, principalmente quando se fala em trabalho, investimentos e imóveis. Por isso, nos últimos anos, a migração desse capital em busca de oportunidades de investimentos vem sendo intensa. Mas, diferentemente de antes, hoje, o que se percebe é um movimento consistente e preparado de empreendedores estrangeiros bem intencionados, investindo no mercado de imóveis por meio de fundos de investimentos imobiliários.

Para o dinamarquês Kurt Kahla, a alta do PIB no NE foi fundamental para a escolha da região Foto: Divulgação

O diretor executivo da Porto Freire, Martônio Rodrigues, lembra que esse novo momento beneficia as construtoras, os investidores e mais ainda o consumidor final, uma vez que essas parcerias geram capital suficiente para que as obras aconteçam dentro dos prazos previsto e a custos competitivos. "No caso do Ceará, por exemplo, são fundos de investimentos bem estruturados. O dinheiro está entrando de forma legal, gerando impostos e empregos", afirma.

Há cerca de dez anos, lembra Martônio Rodrigues, os estrangeiros vinham apenas adquirir imóveis para revender. "Era um dinheiro meramente especulativo, que não gerava riquezas", completa o executivo.

Parcerias

De acordo com ele, desde 2008, por conta da crise econômica mundial, sobretudo na Europa, essa realidade vem mudando. O número de investidores estrangeiros no segmento imobiliário brasileiros cresceu. "Mas a gente pode dizer que, as parcerias com as construtoras locais, começaram há mais ou menos dois anos, o que, no caso do Ceará, ajudou os investidores a compreender melhor a cultura local, elaborar projetos arquitetônicos de acordo com o gosto do público e entender o crescimento de Fortaleza e região metropolitana", diz.

Ainda conforme Martônio, existe uma média de oito construtoras no Ceará que mantêm parceria com empresários europeus. No caso da Porto Freire, a relação é com o empresário dinamarquês Kurt Kahla. "Essa é uma tendência no mercado que exige muito da construtora, que precisa respeitar a visão do investidor e, ao mesmo tempo, respeitar a cultura da marca da empresa local", diz.

Conforme o dinamarquês, a escolha pelo Nordeste se deu por meio de uma pesquisa. "Nos últimos dez anos o crescimento do PIB foi bem maior que a média do País. Em 2006 e 2007 anunciaram muitos investimentos de infraestrutura aqui", explica.

Com cerca de 20 negócios em áreas comerciais e residenciais em Fortaleza e Sobral, Kurt afirma que possui aproximadamente R$ 150 milhões investidos somente no Ceará.

Censo de capitais

O Censo de Capitais Estrangeiros (Censo) tem o objetivo de mensurar o estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no País na posição de 31 de dezembro de cada ano base, isto é, o ano anterior ao da realização da pesquisa. O Censo Anual 2012, ano-base 2011, dado seu caráter amostral, registrou 3.176 declarantes, cerca de 19% dos registrados no Censo de 2011.

O estoque declarado de IED - participação no capital dessas empresas totalizou US$ 523,3 bilhões, 89% do valor total. Somando-se a expansão do estoque de participação no capital, US$65,9 bilhões, o estoque total de IED - participação no capital em 31.12.2011 atingiu US$589,2 bilhões, equivalente a 24% do PIB. O estoque de IED - empréstimos intercompanhias totalizou US$99,4 bilhões. Assim, o estoque total de IED, em 31.12.2011, representou US$688,6 bilhões, 28% do PIB, crescimento de 2,8% frente ao ano anterior.
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