Pagamentos por aproximação crescem mais de 550% em Fortaleza
Em 2018, uso de cartões, vestíveis e aplicativos que não exigem contato com o terminal de pagamento disparou na Capital, conforme a Mastercard
Em reflexo à disseminação de novas tecnologias nos meios de pagamento, as transações por métodos de aproximação (contactless) cresceram 553%, no ano passado, em Fortaleza, onde foram realizados mais de 40 mil pagamentos por carteiras digitais no segundo semestre, de acordo com a Mastercard. A modalidade considera transações que dispensam a inserção do cartão físico.
A tecnologia é uma das apostas dos bancos para modernizar a forma como as pessoas pagam, investem e emprestam dinheiro, na tentativa de criar processos mais rápidos e também em lidar com a concorrência imposta pelas fintechs. Hoje, todos os grandes bancos, além de diversas instituições menores, já oferecem essa possibilidade por meio de cartões, vestíveis e/ou aplicativos como Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay.
Segundo a Visa, a curva de crescimento do número de transações da empresa no País com os chamados "Pays" - os mecanismos de pagamento da Apple, Google e Samsung - entre os primeiros seis meses de 2017 frente ao mesmo período em 2018 é superior a 431%. O avanço do volume também foi expressivo: o valor transacionado por essa solução cresceu 372%, de acordo com a empresa.
O Santander, por exemplo, lançou em 2017 dois dispositivos de pagamento por aproximação aos clientes: uma pulseira e um adesivo. Além dessas soluções, a instituição também já possibilitava ao cliente fazer compras sem o uso físico do cartão pelo Santander Way, um aplicativo de gestão de cartões, e Samsung Pay. O Banco do Brasil foi um dos pioneiros, lançando a pulseira em 2013.
Apesar do avanço, a popularização do uso dessa tecnologia ainda esbarra em gargalos como o de capacitação dos varejistas para usar a ferramenta e o da própria aceitação do consumidor. O diretor de pagamentos e inovação da Mastercard, Guilherme Esquivel, prevê que essa tecnologia deva ganhar mais corpo nos próximos três anos. "Já tem uma massa crítica que deve começar a ficar mais relevante em 2019 e consolidação em 2020 e 2021".
Investimentos
Estudo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que as instituições financeiras investiram R$6 bilhões em tecnologia em 2017 - um ligeiro aumento em infraestrutura, mas com foco em adquirir e desenvolver novas soluções e softwares. Além disso, 80% dos bancos consultados investem em inteligência artificial e em computação cognitiva.
"O foco da indústria bancária sempre é desenvolver novas soluções e serviços capazes de levar melhores experiências e serviços aos seus clientes e os bancos brasileiros seguem comprometidos com os avanços tecnológicos presentes na sociedade", aponta Gustavo Fosse, diretor de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban.
O diretor do Itaú Unibanco, André Daré, aponta que os clientes do Itaú no Ceará movimentaram no último semestre quase R$1 bilhão em volume financeiro pelas plataformas digitais. Esses clientes já registraram 56% de queda na inadimplência por conta da integração de serviços de emissão de boletos e cobrança de atrasos, entre outros.
Para Daré, investir em tecnologia é um dos mais importantes pilares para empresas que buscam eficiência e conectividade com os clientes. "Nos últimos anos, aumentamos em 56% o número de transações realizadas pelo celular, evidenciando a relevância e a tendência dos clientes de transacionar de onde estiver e quando quiser", aponta.