Seis em cada 10 brasileiros não investem em alternativas à Previdência Social para se aposentar

Segundo especialistas começar a investir desde jovem reduz peso da contribuição para o futuro, na hora de parar de trabalhar

Escrito por Redação ,
Legenda: Segundo a executiva, Brasil pode levar 10 anos para recuperar grau de investimento

Seis em cada 10 brasileiros admitiram não fazer investimentos para se preparar para a aposentaria, enquanto 41% disseram se preocupar com essa fase da vida. Os dados são de uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Banco Central (BC).

Nas classes A e B, no entanto, esse percentual acaba subindo consideravelmente, com 55% dos entrevistados afirmando fazer investimentos para garantir renda extra na aposentadoria.

Um dos principais motivos para não se planejar para a hora de parar de trabalhar está a falta de dinheiro no fim do mês. 36% alegam que não sobra dinheiro do orçamento mensal para investir no futuro. Segundo especialistas, quando mais tarde a pessoa começar a aplicar em um fundo de previdência privada, por exemplo, mais esse investimento pesará no seu orçamento. 

A recomendação é começar a investir para a aposentadoria o mais jovem possível, reduzindo, assim, o impacto sobre o orçamento.

Simulações feitas pela Conceito Investimentos mostram que, se um trabalhador de 25 anos começar hoje a investir R$ 300 por mês, ele pode garantir uma renda mensal vitalícia de aproximadamente R$ 2 mil quando chegar aos 65 anos, idade mínima proposta pelo governo federal para a aposentadoria dos homens com a reforma da Previdência Social. 

Se um trabalhador de 25 anos quiser se aposentar aos 60 anos e ter uma renda mensal de R$ 5 mil, ele terá que destinar R$ 977,71 por mês à Previdência Privada, valor que pode ser considerado pequeno diante do benefício de uma velhice financeiramente confortável.

"As pessoas estão mais preocupadas em se planejar para o futuro. Desde o início dos debates sobre a reforma da Previdência Social no Brasil, tem crescido muito a procura por planos de Previdência Privada”, destaca Thomaz Bianchi, sócio da Conceito Investimentos.

Cenário nacional

Embora a cultura de poupar para a aposentadoria venha crescendo no Brasil, ela ainda atinge uma parcela pequena dos trabalhadores. Conforme uma pesquisa divulgada pelo Banco Mundial em 2018, o número de brasileiros que poupam para a velhice subiu de 4%, em 2014, para 11%, em 2017. Mesmo assim, o resultado é o 101º pior entre os 144 países pesquisados.

“As dificuldades com a Previdência são um problema mundial, não brasileiro, e refletem um cenário positivo, que é o do aumento da expectativa de vida. Então, hoje a sobrevida dos aposentados é muito maior e mudou a equação da Previdência, tornando-a muito mais cara, algo que não se imaginava logo do pós-guerra, quando esses modelos de bem-estar social foram criados”, avalia Ênio Arêa Leão, sócio da Conceito Investimentos.

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