Queda nos juros exige do investidor mais pesquisa na escolha por aplicações

Segundo a Anbima, a poupança, investimento mais popular entre os brasileiros, apresentou retração em relação ao ano passado. No primeiro semestre, a caderneta recuou 0,1%, para R$ 729,8 bilhões

Escrito por Folhapress ,
Legenda: Os fundos de investimento cresceram 5,1%, maior alta do período, para R$ 626 bilhões. Os títulos e valores mobiliários tiveram alta de 4,2%, para R$ 525,6 bilhões
Foto: Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, de que a taxa Selic caia para 5,25% ao fim deste ano eleva a oferta e a procura por produtos que ofereçam retornos maiores que a renda fixa.

A poupança, investimento mais popular entre os brasileiros, já aponta retração em relação a 2018. Segundo a  Associação das Entidades do Mercado de Capitais (Anbima), o total investido na caderneta recuou 0,1% no primeiro semestre, para R$ 729,8 bilhões.

Os fundos de investimento, por sua vez, cresceram 5,1%, maior alta do período, para R$ 626 bilhões. Os títulos e valores mobiliários tiveram alta de 4,2%, para R$ 525,6 bilhões.

O aumento de popularidade desses produtos se deve, em parte, à sua publicidade. Muitos são vendidos com certo retorno garantido, apesar de não serem renda fixa, como o caso de fundos de investimento imobiliário (FII), certificados de operação estruturada (COE) e até criptomoedas.

Tais investimentos têm o seu retorno atrelado a variáveis. Os FII dependem do desempenho do setor imobiliário, enquanto os COEs estão sujeitos ao mercado de ações.
As criptomoedas, por sua vez, são muito instáveis e vistas como de alto risco por não terem lastro.

Para não cair em propaganda enganosa, especialistas recomendam que o investidor pesquise muito antes de migrar as economias da poupança para outros investimentos.

"É preciso comparar em diferentes bancos quais são as taxas que incidem sobre o investimento e qual o potencial retorno e qual o potencial risco. Não se deve parar no primeiro investimento promissor que se encontra. Se você não entende, não invista", diz Joelson Sampaio, coordenador de economia da FGV EESP.

Outra dica é procurar uma assessoria de investimento, que ofereça uma análise do perfil do investidor e uma gama de produtos de acordo com o objetivo desejado.

Caio Torralvo, da Planejar, ressalta que a expectativa para a inflação no período investido deve ser observada.

"É preciso estar atento ao IPCA para ver qual será o juro real", comenta.

Outros pontos de atenção são as taxas de administração e, se for o caso do investimento, a taxa de performance, que podem minar os ganhos. Essas taxas variam por corretora, por isso é preciso pesquisar o melhor custo-benefício.

"Com a Selic baixa, o investidor vai precisar correr mais risco para obter o mesmo nível de investimento", afirma Torralvo.

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