Pulverização aérea: estrangeiros se surpreendem com proibição

Projeto do Estado foi recebido com espanto por produtores da Costa Rica

Escrito por Egídio Serpa , egidio.serpa@diariodonordeste.com.br
Legenda: Na Fruit Logistica, produtores da Costa Rica se disseram surpresos com a decisão do Governo do Estado.
Foto: Foto: Egídio Serpa

O Governo do Ceará tornou Lei, já em vigor, proposta de um parlamentar proibindo a pulverização aérea com defensivos agrícolas ou fertilizantes. Ontem, na Fruit Logistica, os produtores de banana da Costa Rica ficaram surpresos quando souberam disso. O país é o segundo maior exportador mundial de banana e abastece os exigentes mercados dos EUA e da Europa, sobre cujas extensas plantações fazem 52 pulverizações aéreas por ano - uma por semana.

Se isso causasse problemas à saúde humana, os ingleses não comeriam a banana costarriquenha. No Ceará, onde o clima quente repele naturalmente as pragas e doenças, faziam-se - antes da proibição - duas pulverizações aéreas por ano. Este colunista conversou com o costarriquenho Rubén Ortiz, agrônomo e doutor em nutrição e fisiologia e um dos mais famosos consultores latino-americanos no que diz respeito à fruticultura. Ele disse que, no Equador - maior produtor e exportador de banana - também se fazem pulverizações aéreas semanalmente.

Segundo o empresário Edson Brok, dono da Tropical Nordeste, que produz banana Cavendish (nanica) na Chapada do Apodi, vendida nos supermercados de Fortaleza e também exportada para a Europa, a pulverização aérea consome, por hectare, 25 litros de calda misturada de defensivo químico e fertilizante; a pulverização manual - feita por um homem vestido com o Equipamento de Proteção Individual (EPI) - necessita de até 400 litros de calda por hectare. Ele pergunta: "Que benefício tem o Meio Ambiente com a proibição da pulverização aérea?" E responde em seguida: "Nenhum".

A proibição imposta pelo Governo do Ceará à pulverização aérea - acrescenta - já elevou os custos de produção e sinalizou que a agricultura empresarial passa a ter, no Ceará, mais um obstáculo.

Produtores de banana da Costa Rica, segundo país que mais exporta a fruta no mundo, ficaram surpresos com a decisão do Governo do Estado de proibir a pulverização aérea de defensores químicos no Ceará

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