Projeto de orientação deve beneficiar 3,5 mil famílias de agricultores no Nordeste

Trabalhadores do campo receberão instruções, como uso de tecnologia, planejamento de reserva alimentar e gestão de negócios

Escrito por Redação ,

Com o objetivo de estimular a pecuária de leite de forma sustentável e valorizar os trabalhadores do campo, será lançado, nesta terça-feira (3), o Instituto Luiz Girão, que deve ajudar 3,5 mil famílias que atuam no setor nos estados do Ceará, Bahia, Pernambuco e Sergipe. A Betânia Lácteos investirá, em 2020, R$ 1,5 milhão no projeto, que visa tornar produtores rurais gestores de seus negócios. Entre as cidades cearenses beneficiadas com as ações estão Brejo Santo, Iguatu, Morada Nova e Quixeramobim.

De acordo com o presidente da entidade, David Girão, os trabalhadores do campo, parceiros da Betânia Lácteos, receberão instruções, como uso de tecnologia, planejamento de reserva alimentar e gestão de negócios. "Entendemos que há como levar conhecimento à distância. Instalaremos antenas para que eles tenham acesso à internet. No aplicativo, eles podem receber as análises de qualidade do material, acompanhar o extrato de conta corrente com a empresa". 

O presidente do Instituto Luiz Girão avalia que serão priorizadas as regiões do Semiárido nordestino que têm os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do País e que apresentam dificuldades relacionadas às questões climáticas e sociais. Nestes locais, afirma David Girão, a renda é inferior a da média brasileira. 

Ele pontua que os locais têm uma janela de chuvas bem pequena, o que dificulta a produção de leite, já que há épocas de seca extrema. "Cada mês haverá um tema: treinar mão de obra do inseminador; planejamento alimentar do rebanho", completa.

Palma forrageira

David Girão ainda destaca que o Instituto Luiz Girão estimula a cultura do plantio da palma forrageira na região, uma vez que a planta necessita de pouca água e é ideal para cultivo no Semiárido nordestino, além de ter um alto valor nutricional. "Se estimularmos este processo agora, em 10 anos teremos conseguido resolver o problema de volumoso (alimento do gado) no Nordeste”, explica o presidente.

Uma outra ação que será desenvolvida é o financiamento de novilha usando o milkcoin. Assim, o produtor rural compra animais e tem um prazo de 12 meses para quitar a dívida em leite. "É uma forma de aumentar a produção, levando crédito para eles. O leite como moeda faz com que eles comprem produtos com valores mais baixos de nós, que organizamos e compramos melhor", assegura Girão, revelando que pretende firmar uma parceria com o Governo Federal, a fim de beneficiar mais nordestinos que trabalham no campo.

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