Prévia da inflação em Fortaleza fica em 0,23% em novembro

No ano, o índice apresenta alta de 3,17% e no acumulado dos último 12 meses, a alta é de 3,42%

Escrito por Redação ,

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em Fortaleza variou 0,23% em novembro, na comparação com outubro. No ano, o índice apresenta alta de 3,17% e no acumulado dos último 12 meses, a alta é de 3,42%. A taxa foi divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as três capitais do Nordeste, pesquisadas pelo IBGE, a maior variação mensal foi registrada no Recife (0,25%) e a menor em Salvador (-0,03%). No ano, Fortaleza apresenta a menor variação, seguida por Recife (3,20%) e Salvador (3,74%).

No Brasil, o IPCA-15, considerado como a prévia da inflação oficial, ficou em 0,19% em novembro, sendo inferior às taxas observadas em outubro deste ano (0,58%) e em novembro do ano passado (0,32%). O indicador acumula taxas de inflação de 4,03% no ano e de 4,39% em 12 meses.

Para o economista Ricardo Coimbra, um dos fatores que podem ter contribuído para que a taxa de novembro em Fortaleza tenha ficado acima da nacional, apesar da inflação menor tanto no acumulado do ano como no de 12 meses, é o fator climático característico do segundo semestre, que pressiona o preço dos alimentos. “Com uma menor produção agrícola nesse período, a gente observa o aumento dos preços de alguns produtos, que precisam vir de outros estados. Então pode ter o impacto do custo logístico, que por sua vez também foi impactado pela alta no preço dos combustíveis”, ele diz.

Brasil
No país, esse foi o menor resultado para um mês de novembro desde 2003 (0,17%). A variação acumulada no ano foi de 4,03% e, nos últimos doze meses, de 4,39%, abaixo dos 4,53% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2017, a taxa foi de 0,32%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados Habitação (-0,13%), Saúde e cuidados Pessoais (-0,35%), Comunicação (-0,02%) e Educação (-0,01%) apresentaram deflação de outubro para novembro conforme mostra a tabela abaixo. Os demais grupos oscilaram entre o 0,02% de Vestuário e o 0,59% de Artigos de residência. Alimentação e Bebidas (0,54%) teve o maior impacto no índice do mês, 0,13 p.p., o que corresponde a 68% do IPCA-15 de novembro. Com o segundo maior impacto (0,06 p.p.), o grupo dos Transportes (0,31%) mostrou desaceleração em relação ao mês anterior, quando havia subido 1,65%.

O grupo Alimentação e bebidas registrou aceleração nos preços em novembro (0,54%), por conta do grupamento da alimentação no domicílio, que apresentou alta de 0,85%. Esse resultado foi influenciado pela alta nos preços de alguns itens como o tomate (50,76%) - maior impacto individual no índice do mês, com 0,09 p.p. - a batata-inglesa (17,97%) e a cebola (10,01%). Por outro lado, o leite longa vida (-3,74%), o café moído (-1,10%) e os ovos (-0,45%) permanecem com queda de preços.

A alimentação fora, por sua vez, apresentou taxa de -0,01% em novembro, com destaque para as quedas no lanche (de 0,74% em outubro para -0,33% em novembro) e na refeição (de 0,26% em outubro para -0,05% em novembro).

O grupo dos Transportes desacelerou de outubro (1,65%) para novembro (0,31%) principalmente por conta dos combustíveis, que, após a alta de 4,74% observada no IPCA-15 de outubro, registrou 0,69% em novembro.  Gasolina (de 4,57% para 0,05%), etanol (de 6,02% para 3,32%) e óleo diesel (de 5,71% para 1,38%) registraram altas menores no índice de novembro. Também contribuíram para o resultado do mês as quedas nos preços dos automóveis novos (-0,38%), dos acessórios e peças (-0,49%) e do seguro voluntário de veículo (-0,66%), que haviam apresentado alta no mês anterior.

Na Habitação (-0,13%), o item energia elétrica (-1,46%) apresentou queda mais intensa em relação ao mês anterior, quando havia registrado -0,08%. Após a vigência, de junho a outubro, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 0,05 a cada kwh consumido, passou a vigorar, a partir de 1º novembro, a bandeira tarifária amarela, que adiciona a cobrança de R$ 0,01 a cada kwh consumido. Destacam-se, também, o reajuste de 15,56% ocorrido em Goiânia (5,37%) e o reajuste de 6,18% verificado em Brasília (0,98%), ambos em vigor desde 22 de outubro. Em São Paulo (-2,05%), houve reajuste de 15,23% em uma das concessionárias pesquisadas, vigente desde o dia 23 de outubro.

Ainda no grupo Habitação, o item gás de botijão, que havia apresentado alta de 0,46% em outubro, registrou queda de 0,37% no IPCA-15 de novembro. No dia 6 de novembro, passou a vigorar o reajuste de 8,53% no preço do gás de botijão de 13kg, nas refinarias, conforme anunciado pela Petrobrás. A alta de 0,90% no gás encanado reflete o reajuste médio de 4,61% nas tarifas residenciais no Rio de Janeiro (1,73%), em vigor a partir de 1º de novembro.

O grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação negativa, -0,35%, e o maior impacto negativo no índice do mês, com -0,04 p.p. Produtos farmacêuticos (-0,28%) e itens de higiene pessoal (-2,56%) ficaram mais baratos em novembro, ante às altas de 0,13% e 1,50%, respectivamente, no mês anterior.

Regionalmente, todas as áreas pesquisadas apresentaram desaceleração de preços, de outubro para novembro (tabela a seguir). A maior alta foi no município de Goiânia (0,42%) e, o menor resultado, na região metropolitana de Salvador (-0,03%), ambas por influência da energia elétrica cujas variações foram de 5,37% e -2,86%, respectivamente. Em Goiânia, destaca-se o reajuste de 15,56% ocorrido na tarifa, em vigor desde 22 de outubro.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de outubro a 12 de novembro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de setembro a 11 de outubro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
 

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