Preços de combustíveis não devem ser impactados no curto prazo após ataque em Badgá

A expectativa é de que nos próximos dias os preços voltem à normalidade, assim como ocorreu com o ataque à Arábia Saudita, em setembro

Escrito por Redação ,
Legenda: Hoje, o ICMS sobre combustíveis responde por entre 18% e 20% da arrecadação dos Estados
Foto: Foto: Daniel Aragão

Pouco depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou um dos principais chefes militares do Irã, os contratos futuros do petróleo avançaram mais de 4%, no início desta sexta-feira (3), provocando temor quanto a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo.

Ao longo do dia, no entanto, o preço da commodity ficou estável. Para o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, a expectativa é de que os preços se voltem à normalidade nos próximos dias.

“Quando houve aquele ataque à Arábia Saudita, no ano passado, num primeiro momento o preço do petróleo deu um salto e já nos dias seguintes voltou ao normal. É natural que neste momento haja um impacto nos preços do petróleo e dos combustíveis, mas não deve durar muito”, Iughetti.

Em 14 setembro, o preço do petróleo bruto teve forte alta, após ataques em duas instalações petrolíferas na Arábia Saudita, com uma alta de quase 18% em uma semana.

Para o especialista em energia Expedito Parente, no entanto, os impactos do conflito podem ser duradouros a depender do que ocorra nos próximos dias. “Os estudiosos em geopolítica estão afirmando que esta tensão entre EUA, Irã e Iraque após o ataque desta noite é muito séria, podendo deflagrar algo muito maior. Uma crise ou nova guerra no Irã e Iraque, por serem dois importantes produtores mundiais de petróleo, pode impactar significamente a oferta deste mineral e empurrar os preços internacionais para cima”.

Parente ressalta que há mais de dois anos os combustíveis no Brasil seguem uma precificação flutuante de acordo com os valores internacionais e o que ocorreu na Arábia Saudita mostrou o que pode ocorrer. “A equipe econômica do Governo Federal deverá estar atenta a isso e pensar em alguma medida neutralizadora caso isso venha a extrapolar os limites da estabilidade socioeconômica de nosso País”, diz.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (3) que o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, em ação militar dos EUA, vai impactar no preço do combustível no Brasil. "Que vai impactar, vai", disse. O presidente disse que é preciso mostrar à população brasileira que ele não pode "tabelar (o preço de) nada". "Já fizemos essa política no passado, de tabelamento, não deu certo. A questão do combustível, nós temos de quebrar o monopólio", afirmou.

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