Preços de combustíveis não devem ser impactados no curto prazo após ataque em Badgá
A expectativa é de que nos próximos dias os preços voltem à normalidade, assim como ocorreu com o ataque à Arábia Saudita, em setembro
Pouco depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou um dos principais chefes militares do Irã, os contratos futuros do petróleo avançaram mais de 4%, no início desta sexta-feira (3), provocando temor quanto a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo.
Ao longo do dia, no entanto, o preço da commodity ficou estável. Para o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, a expectativa é de que os preços se voltem à normalidade nos próximos dias.
“Quando houve aquele ataque à Arábia Saudita, no ano passado, num primeiro momento o preço do petróleo deu um salto e já nos dias seguintes voltou ao normal. É natural que neste momento haja um impacto nos preços do petróleo e dos combustíveis, mas não deve durar muito”, Iughetti.
Em 14 setembro, o preço do petróleo bruto teve forte alta, após ataques em duas instalações petrolíferas na Arábia Saudita, com uma alta de quase 18% em uma semana.
Para o especialista em energia Expedito Parente, no entanto, os impactos do conflito podem ser duradouros a depender do que ocorra nos próximos dias. “Os estudiosos em geopolítica estão afirmando que esta tensão entre EUA, Irã e Iraque após o ataque desta noite é muito séria, podendo deflagrar algo muito maior. Uma crise ou nova guerra no Irã e Iraque, por serem dois importantes produtores mundiais de petróleo, pode impactar significamente a oferta deste mineral e empurrar os preços internacionais para cima”.
Parente ressalta que há mais de dois anos os combustíveis no Brasil seguem uma precificação flutuante de acordo com os valores internacionais e o que ocorreu na Arábia Saudita mostrou o que pode ocorrer. “A equipe econômica do Governo Federal deverá estar atenta a isso e pensar em alguma medida neutralizadora caso isso venha a extrapolar os limites da estabilidade socioeconômica de nosso País”, diz.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (3) que o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, em ação militar dos EUA, vai impactar no preço do combustível no Brasil. "Que vai impactar, vai", disse. O presidente disse que é preciso mostrar à população brasileira que ele não pode "tabelar (o preço de) nada". "Já fizemos essa política no passado, de tabelamento, não deu certo. A questão do combustível, nós temos de quebrar o monopólio", afirmou.