O que a queda da Selic para 4,5% significa?

Economista pondera que medida do Banco Central deve favorecer o poder de compra da população ao estimular acesso ao crédito para o consumidor

Escrito por Redação ,
Legenda: A Selic recebe esse o nome por conta do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do Banco Central
Foto: Divulgação

O Banco Central decidiu reduzir a Selic (a taxa básica da economia) de 5,00% para 4,50% ao ano. Na prática, isso pode reduzir os juros presentes nas prestações de compras dos bens para o consumidor, como veículos, eletrodomésticos e eletrônicos, aponta economista. 

O economista Ricardo Eleutério explica que o índice, que regula o mercado financeiro também, tem recuo quando a inflação (aumento dos preços de bens e serviços) está estável.  "A taxa de juros é cortada quando a inflação está baixa. Quando a economia está desacelerada, ela é cortada para estimular investimentos e consumo", pondera. 

Eleutério acrescenta que a mudança deve favorecer o poder de compra da população ao estimular acesso ao crédito. "Se você comprar uma geladeira em dez meses, todos esses bens que você compra financiado tem juros embutido. Então, quando cai, as prestações desses bens ficariam menores porque elas têm uma taxa de juro menor. E também vai afetar em outras camadas, como menos juros no cheque-especial, cartão de crédito e outros financiamentos", explica.

Em relação ao prazo para que esse efeito chegue até o consumidor, Eleutério pondera que o consumidor poderá sentir esse reflexo nos próximos meses. "A resposta do sistema financeiro é de até seis meses. Ao longo desse ano, o BC cortou a Selic de 5,5% para 5%. As taxas dos bancos para financiamentos de imóveis só diminuíram no decorrer desse período"

Como o BC regula a Selic:

O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto -comprando e vendendo títulos públicos federais- para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

O índice é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia).

Ao definir a Selic, Copom (Comitê de Política Monetária) considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.

Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Entretanto, as taxas de juros do crédito não caem na mesma proporção da Selic. Segundo o BC, isso acontece porque a Selic é apenas uma parte do custo do crédito.

Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

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