Número de empresas inadimplentes cresce 2,90% em maio; Nordeste apresenta estabilidade com 0,03%

Dados são da CNDL/SPC Brasil. Setor de serviços, que engloba bancos e financeiras, são principais credores

Escrito por CNDL/SPC Brasil ,
Legenda: Capacidade de pagamento das empresas ainda é afetado pela baixa atividade econômica e menor faturamento
Foto: Foto: José Leomar

O número de empresas com contas em atraso e inseridas no cadastro de inadimplentes segue crescendo. A região com o maior aumento no último mês foi o Sudeste, com avanço de 5,01% na comparação com igual período de 2018. As regiões Nordeste (0,03%) e Norte (0,02%) apresentaram um comportamento estável da inadimplência, sem um crescimento relevante na quantidade de empresas com atrasos. Já o Sul registrou alta de 2,07% e o Centro-Oeste de 1,35%.  

Otimismo

De acordo com o indicador calculado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a alta foi de 2,90% em maio diante do mesmo mês do ano anterior. Trata-se do menor aumento na quantidade de empresas inadimplentes desde 2011, considerando apenas os meses de maio, quando a alta fora de 13,48%. Em maio de 2018, o crescimento havia sido de 9,37%.

Apesar do aumento no número de empresas inadimplentes, houve um pequeno recuo na quantidade de dívidas em atraso no nome de pessoas jurídicas: 0,80% menor em maio frente ao mesmo mês de 2018.

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o cenário econômico ainda adverso afeta a capacidade de pagamento das empresas, assim como a falta de confiança das empresas em contratar crédito. “O faturamento das empresas e a sua capacidade de honrar os compromissos financeiros são impactados pela fraqueza da atividade da economia brasileira, que sofre com alto desemprego e renda reprimida”, explica Pellizzaro Junior.

Principais atrasos 

O setor de serviços, que engloba bancos e financeiras, são os principais credores das dívidas em nome de pessoas jurídicas. Do total de pendências, 70% são com esse segmento. O comércio detém 17% de participação entre os credores, ao passo que a indústria detém 12%.

Entre os setores devedores, quem lidera no crescimento do número de empresas com atrasos também é o setor de serviços, com alta de 5,68% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Empresas do comércio tiveram alta de 0,85%, enquanto a indústria, uma leve variação de 0,19%.

Segundo avaliação do presidente do SPC Brasil Roque Pellizzaro Junior, espera-se que a capacidade de pagamento das empresas melhore conforme a economia dê sinais mais evidentes de reação, o que ainda não é visto de forma contundente. “A saída da recessão há alguns anos ainda não se refletiu em uma melhora decisiva na gestão financeira das empresas. Apesar de a taxa Selic estar em seu piso histórico, os spreads bancários ainda são altos, o que inviabiliza um custo menor do crédito nas operações do dia a dia dos empresários. Além disso, o grande número de trabalhadores sem emprego desaquece as vendas, diminuindo a margem de lucro das empresas e a perspectiva de investimentos”, explica Pellizzaro Junior.

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