Número de beneficiários de planos de saúde cai 1,4% no Ceará

Mais de 17 mil vínculos com planos de saúde médico-hospitalares foram rompidos entre julho de 2019 e julho de 2018

Escrito por Agência Brasil ,
Foto: Foto: Arquivo/Agência Brasil

Pesquisa divulgada nesta terça (9) pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revela que o número de beneficiários de planos de saúde caiu 1,4% em doze meses no Ceará. Isso equivale a uma perda de 17.903 vínculos entre julho deste ano e igual mês do ano passado. 

Esta foi a segunda maior queda no Nordeste, atrás apenas de Pernambuco, onde caiu 1,5% no mesmo período. Considerando a variação trimestral, o Ceará tem o pior cenário, com 1,3% negativo na avaliação de abril a julho de 2019. Atualmente, o Estado conta com 1.262.876 de pessoas com planos médicos.

No cenário nacional, houve queda também, de 0,3% em doze meses.

Isso equivale a uma perda de 133,3 mil vínculos entre julho deste ano e igual mês do ano passado, somando um total de 46,99 milhões de pessoas. De acordo com o IESS, esta é a primeira vez, desde março de 2012, que as carteiras das operadoras de planos de saúde têm menos de 47 milhões de vínculos.

Segundo o superintendente executivo do IESS, José Cechin, a redução do número de beneficiários não está em desalinho com o que vem acontecendo no setor nos últimos anos. Cechin lembrou que, nos planos médico-hospitalares, o pico de queda foi sentido a partir de dezembro de 2014 e que 3 milhões de beneficiários deixaram os planos em 2015 e em 2016 – 1,5 milhão em cada ano, e mais um pouco em 2017.

“Foram mais de 3 milhões de perdas de vínculos de planos médico-hospitalares em 2015, 2016 e 2017. De então para cá, o setor veio andando de lado. Um momento sobe, um momento cai e fica oscilando em torno de 47,1 milhões e 47,2 milhões [de beneficiários]. Desta vez, oscilou para baixo”, disse Cechin.

Apesar disso, houve aumento de 2,2% na quantidade de vínculos com pessoas de 59 anos ou mais, o que equivale a 147,3 mil novos contratos, ressaltou.

Para Cechin, a redução de 0,3% registrada nos 12 meses findos em julho “é um pequeno soluço”, e a expectativa para o próximo resultado é de recuperação. Ele disse que tem sido assim nos últimos meses e que não acredita que isso tenha iniciado uma tendência de decréscimo do número de beneficiários." É apenas uma oscilação circunstancial, conjuntural.”

Cechin lembrou que as empresas costumam oferecer planos de saúde a seus funcionários: dois terços dos planos médico-hospitalares são corporativos. “Se, nas empresas, há desemprego, as pessoas que tinham emprego perdem o plano”, lamentou. Segundo ele, isso explica a grande saída de beneficiários dos planos de saúde em 2015 e 2016.

Ele disse que, quando a economia voltar a crescer, as empresas terão melhores condições financeiras e vão contratar pessoal que terá planos de saúde.

Odontológicos

Em contrapartida à queda de vínculos nos planos médico-hospitalares, os que cobrem tratamentos odontológicos mantêm trajetória de crescimento. Quando o segmento teve início, com regulamentação a partir de 2000/2001, havia menos de 1 milhão de beneficiários, lembrou Cechin. Atualmente, esses planos detêm 24,96 milhões de beneficiários, e a tendência é de expansão. 

No Ceará, esse tipo de plano também teve crescimento, sendo de 9,9% em doze meses.

Atualmente, está em segundo com maior número de  beneficiários de planos exclusivamente odontológicos na região. Em julho foram contabilizados 963.560, atrás apenas da Bahia com mais de 1,4 milhão.

“É tradição desse mercado crescer continuamente, mesmo na recessão e na crise”, disse Cechin, que atribuiu a expansão do setor odontológico à mensalidade paga, que é mais baixa que a de um plano médico, e as pessoas podem pagar. Ele acrescentou que muitas empresas que gostariam de oferecer um plano médico a seus funcionários ainda não têm porte, nem economicidade, renda e finanças para tal, e optam pelo odontológico, cujo tíquete é bem mais baixo.

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade que promove e realiza estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas no setor brasileiro.

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