Mulheres ganham R$ 529 menos que os homens no Brasil

Dados do último trimestre de 2018 consideram pessoas com 25 e 49 anos. Rendimento médio mensal dos homens era de R$ 2.579, enquanto mulheres recebiam R$ 2.050

Escrito por Redação ,

A desigualdade salarial entre homens e mulheres caiu entre os anos de 2012 e 2018, mas elas seguem ganhando menos que os homens no País. De acordo com levantamento divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), as mulheres ganham 20,5% menos que eles. Em números absolutos, a diferença é de R$ 529.

De acordo com a pesquisa, no quarto trimestre de 2018, levando em consideração as pessoas com idade entre 25 e 49 anos, os homens tinham rendimento médio mensal de R$ 2.579 e as mulheres recebiam, em média, por mês, R$ 2.050.

R$ 2.050
é o rendimento médio mensal das mulheres, 20,5% abaixo do que os homens recebem, de acordo com o IBGE
.

Em 2016 o IBGE constatou a menor diferença salarial entre homens e mulheres, de R$ 471,10. Elas ganhavam 19,2% menos que os homens.

Conforme o Instituto, a diferença de rendimentos está associada ao menor valor da hora trabalhada recebido pelas mulheres (elas recebem R$ 13 enquanto os homens recebem R$ 14,20). Elas também trabalham menos horas (37h54min) que os homens (42h24min), mas de acordo com a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a jornada não reflete o esforço da mulher na rotina.

"A menor jornada da mulher no mercado de trabalho está associada às horas dedicadas a outras atividades, como os afazeres domésticos e os cuidados com pessoas", detalha Adriana.

Para a diretora do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças no Ceará (Ibef Ceará) e membro do Ibef Mulher, Rafaelle Sobreira, a situação no Ceará acompanha o que acontece no resto do Brasil. "Principalmente no Ceará, que é um estado ainda no qual as pessoas ainda entendem que quem tem que trabalhar fora é o homem para prover a família, apesar de ter visto um movimento diferenciado na crise", diz.

"Infelizmente a gente vê ainda mulheres muito competentes com salários menores do que se fosse um homem", diz Rafaelle, avaliando que cabe também às empresas desenvolver uma cultura de valorização das profissionais mulheres. "Eu acredito que não é um caminho muito rápido nem acho que está muito longe, porque o mundo está rápido. Cada vez mais a mulher briga por espaço quando descobre que o salário de um par é maior que o dela", detalha a diretora do Ibef Ceará.

Mulher negra

De acordo com o IBGE, a mulher branca recebe, em média, 76,2% do rendimento médio de um homem branco. Já a mulher de cor parda ou preta recebe 80,1% do homem pardo ou preto. "A menor desigualdade entre rendimentos de pretos e pardos pode estar relacionada ao fato de essa população ter maior participação em ocupações de rendimentos mais baixos, muitas vezes, baseadas em pisco mínimo. Esse comportamento ocorreu em todos os anos, de 2012 até 2018".

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