Moody's coloca ratings da Vale em revisão para eventual rebaixamento

Segundo a agência, o impacto econômico do desastre em Brumadinho é "pequeno", já que a mina Feijão representa menos de 2% da produção atual total da Vale, mas o impacto social é "muito mais grave"

Escrito por Estadão Conteúdo ,

A Moody's colocou nesta terça-feira (29) o rating de emissor Baa3 e os demais da Vale em revisão para eventual rebaixamento. A agência diz em nota que isso acontece após o acidente em 25 de janeiro com a barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais. Segundo ela, o impacto econômico do desastre é "pequeno", já que a mina Feijão representa menos de 2% da produção atual total de 390 milhões de toneladas de minério de ferro da Vale.

O impacto social, contudo, é "muito mais grave", lembra a agência, diante do número de mortos superior ao do rompimento da barragem de Mariana em 2015. A barragem do Fundo era operada pela Samarco, empreendimento conjunto da Vale e da BHP Billiton.

A Moody's diz que ainda não é possível estimar a extensão do prejuízo, mas que "o acidente terá um impacto profundo sobre a Vale em todos os aspectos".

É difícil mensurar o potencial em passivos ambientais, administrativos, penais e cíveis, complementa, bem como o custo para a reputação da companhia, mas a multa pode ser superior à aplicada à Samarco anteriormente.

A agência diz ainda que a revisão dos ratings levará em conta, mas sem se limitar a esses fatores, os potenciais passivos e sanções sobre a empresa e seus executivos, os custos nos quais a Vale incorrerá e potenciais pressões de liquidez que possam surgir.

"Dessa forma, a revisão também irá analisar a capacidade da Vale de cumprir com todas as exigências financeiras relacionadas ao acidente sem comprometer seu perfil de crédito e sua capacidade de manter suas operações sem restrições."

Além do rating de emissor Baa3 na escala global e Aaa.br na escala nacional, foram colocados em revisão R$ 1,35 bilhão em notas seniores sem garantia (Debêntures de Infraestrutura) com vencimento em 2020 e 2022, atualmente Baa3 na escala global; e R$ 1 bilhão em notas seniores sem garantia (Debêntures de Infraestrutura), atualmente também Baa3 na escala global.

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