Lucro do Banco do Brasil chega a R$ 4,2 bi no trimestre e cresce 40%; acima do mercado

Outras instituições financeiras como Bradesco e Santander apresentaram crescimento de 30% e 21% no lucro líquido na mesma base de comparação, respectivamente

Escrito por Folhapress/Redação ,
Legenda: A carteira de crédito ampliada (que inclui operações como emissões de dívidas de empresas) encerrou o primeiro trimestre em R$ 684,2 bilhões
Foto: Foto: Reinaldo Jorge

O lucro líquido do Banco do Brasil cresceu 40% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com igual período de 2018, a R$ 4,2 bilhões. O resultado reflete o aumento de 24% da margem financeira líquida (a principal receita dos bancos, gerada com operações de crédito), que foi a R$ 9,6 bilhões.

O salto ficou bem acima do lucro líquido registrado por outros bancos como Bradesco e Santander no primeiro trimestre deste ano. O Bradesco teve lucro de R$ 5,8 bilhões (alta de 30% ante igual período do ano passado) e o Santander Brasil registrou R$ 3,4 bilhões (alta de 21,1% ante igual período do ano passado).

A carteira de crédito ampliada (que inclui operações como emissões de dívidas de empresas) encerrou o primeiro trimestre em R$ 684,2 bilhões, praticamente estável na comparação com o primeiro trimestre (+0,8%).

Segundo o banco, a estabilidade reflete o vencimento de uma operação de uma grande empresa, que encolheu o estoque de crédito PJ.

Na pessoa física, houve incremento de 7,7%. O principal destaque foi a carteira de empréstimo pessoal não consignado, que saltou 86%, para R$ 8,5 bilhões. Segue, porém, uma fração do crédito consignado (com garantia do salário de trabalhadores e aposentados) -que cresceu 7,1%, a R$ 72,7 bilhões.

Outro salto expressivo foi o da linha de cartão de crédito, que avançou 11,2% a exemplo do que ocorreu com os bancos privados.

O banco manteve estável a carteira de crédito do agronegócio, que alcança R$ 184,7 bilhões. Neste começo de nova gestão, o presidente Rubem Novaes já havia dito que o BB reduziria sua atuação nesse segmento.

Com a carteira avançando mais para o público pessoa física e em linhas mais arriscadas, o Banco do Brasil conseguiu manter sua margem financeira mesmo em um cenário de taxa Selic na mínima histórica, de 6,5%.

A inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,59%, uma leve alta na comparação com o quarto trimestre, mas queda antes os 3,63% registrados um ano antes.

Tarifas

O Banco do Brasil também arrecadou 3,8% mais com tarifas, percentual que ficou abaixo da inflação acumulada do período (4,58%). As taxas cobradas do cliente para manutenção de conta-corrente subiram e o banco manteve ainda sua receita com tarifas cobradas em cartão de crédito, principalmente elevando anuidades.

Recuou, porém, o ganho com serviços de operações de crédito e a renda do mercado de capitais, reflexo da menor atividade das empresas - também em linha com os grandes bancos privados.

Se, de forma geral, na comparação com 2018 o crescimento ainda é expressivo, os números do Banco do Brasil ante o último trimestre mostram alguma desaceleração.

A carteira de crédito encolheu 1,9% entre dezembro e março de 2019, algo que não ocorreu com os concorrentes privados do BB. A queda foi registradas nos segmentos PJ e agronegócio.

Na mesma base de comparação, a margem financeira cresceu 2,8% e a renda com tarifas caiu 6,1%.Com o resultados apresentados, o Banco do Brasil está fora das metas de crescimento no ano nas linhas de carteira de crédito e também de renda com tarifas.

Já o lucro líquido alcançado, se mantido, deve indicar que o banco fechará o ano no intervalo previsto, entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões.

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