Juro no crédito livre cai a 35,6%, diz BC, taxa do cheque especial sobe a 312,6%

A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 4,0% em novembro para 3,8% em dezembro de 2018

Escrito por Estadão Conteúdo ,

A taxa média de juros no crédito livre ofertado pelos bancos caiu de 37,9% ao ano em novembro para 35,6% ao ano em dezembro de 2018, informou nesta terça-feira (29), o Banco Central. Em dezembro de 2017, essa taxa estava em 40,3% ao ano.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 51,6% para 48,9% ao ano de novembro para dezembro. No caso das pessoas jurídicas, ela foi de 20,3% para 18,8% ao ano. Em dezembro de 2017, essas taxas eram de 55,0% e 21,6%, respectivamente.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 305,7% ao ano para 312,6% ao ano de novembro para dezembro. No crédito pessoal, a taxa passou de 45,2% para 41,7% ao ano.

Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor. Em junho de 2018, a taxa média do cheque especial estava em 304,9% ao ano. 

Veículos

Os dados divulgados nesta terça (29) pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros se mantiveram em 21,7% ao ano em dezembro. Em dezembro de 2017, a taxa estava em 22,2%

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 24,6% ao ano em novembro para 23,3% ao ano em dezembro. Em dezembro de 2017, estava em 25,6%.

ICC

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,4% em dezembro ante novembro, para 20,5% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento. 

Spread

O spread bancário médio no crédito livre caiu de 29,9 pontos porcentuais em novembro para 27,8 pontos porcentuais em dezembro, informou o Banco Central. O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 43,2 para 40,7 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 12,9 para 11,5 pontos porcentuais. 

No crédito direcionado, o spread médio foi de 3,8 para 3,6 pontos porcentuais de novembro para dezembro.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) passou de 18,2 para 17,0 pontos porcentuais no período. 

Inadimplência

A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 4,0% em novembro para 3,8% em dezembro de 2018, informou o Banco Central. Em dezembro de 2017, a taxa estava em 3,2%.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência se manteve em 4,8%. No caso das empresas, a taxa foi de 3,0% para 2,7%

A inadimplência do crédito direcionado passou de 1,8% para 1,7% na passagem de novembro para dezembro.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência foi de 3,0% para 2,9%.

Endividamento das famílias

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 42,5% em novembro, ante 42,2% em outubro, informou o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 24,1% em novembro, ante 23,9% em outubro.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou estável em 19,8% em novembro, pelo terceiro mês consecutivo. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda se manteve em 17,4% em novembro.

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