Inflação da RMF é a maior desde dezembro de 2015, e a segunda maior do País em 2019

A inflação oficial da Região Metropolitana de Fortaleza, foi puxada principalmente pela alta de 3,20%  no grupo alimentação em dezembro

Escrito por Redação ,
Legenda: Dentro do grupo alimentação, o item que mais inflacionou foi o maracujá, com taxa de 24,79% e o  tomate (24,54%)
Foto: Foto: Daniel Aragão

A inflação da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) encerrou dezembro com taxa de 1,28%, o maior resultado desde dezembro de 2015, quando o indicador registrava uma inflação de 1,45%, segundo os dados da pesquisa Índice do Consumidor Amplo (IPCA) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10).

A pesquisa ainda revela que, no ano, a RMF obteve a segunda maior inflação do País, de 5,01%, atrás apenas de Belém (5,51%). Para Ricardo Eleutério, conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), a pressão inflacionária vista nos meses finais de 2019, podem ser explicadas pela alta do dólar e o encarecimento da carne.

"Nós tivemos no final do ano passado, pressionando  mais a inflação, o aumento do dólar, que disparou  no final do ano, como muitas coisas são importadas isso termina aumentado os preços em reais. Tivemos também uma elevação bem acentuada no preço da carne, devido a crise da carne suína na China, então o  Brasil passou a exportar mais carne e isso afetou o mercado doméstico", avalia.

Eleutério ainda pontua sobre o preço dos combustíveis que também são afetados  pelo dólar. "A política de reajuste do combustíveis da Petrobras obedecem a elevação do preço do petróleo no mercado internacional e a alta do dólar, então esse aumento pressionou o preço dos combustíveis", observa o economista.

Alimentação

Segundo o IBGE, a inflação de 1,28% em dezembro, foi a maior do ano registrada em Fortaleza. O resultado foi influenciado pelo grupo alimentos e bebidas, que avançou 3,20% no mês. 

De acordo com Eleutério, com o aquecimento da inflação, o poder de compra da população diminuiu e, para aqueles que são assalariados, o aumento nos preços "vão corroendo a renda e o poder de compra". 

"A maioria  dos fortalezenses tem uma renda muito baixa e para as pessoas de menor renda os gastos com alimentação e educação pesam muito no orçamento. Como a gente teve uma pressão inflacionária maior com os alimentos, então essa população sofre com a redução do poder de compra", explica. 

Dentro do grupo, o item que mais inflacionou foi o maracujá, com taxa de 24,79% e o  tomate (24,54%). As carnes também contribuíram, o contrafilé apontou uma taxa de 21,76%, seguido de chã de dentro (20,73%) e  alcatra (20,63%).

Confira outros itens que mais inflacionaram:

  • Feijão carioca (rajado): 20,25%
  • Patinho: 18,34%
  • Lagarto comum: 17,27%
  • Costela: 16,58%
  • Banana prata: 15,09
  • Peito: 13,79%
  • Acém: 13,62%
  • Carne seca: 10,07%
  • Carne de carneiro: 7,15%
  • Feijão macassar (fradinho): 7,15%
  • Peixe serra: 6,40%
  • Maça: 6,20%

Perspectivas para 2020

O conselheiro do Corecon ressalta que para este ano, a meta da inflação definida pelo Banco Central é menor, com uma variação de 4%. No entanto, eventos no mercado interno e externo podem afetar os preços e, consequentemente elevar ou diminuir a inflação.

Ele ainda explica, que o fortalezense deve ficar mais atento, pois a RMF tem ficado entre as regiões metropolitanas de maior inflação do País. Logo, é preciso uma maior cautela nos orçamentos. 

"Os fortalezenses tem que ter um maior equilíbrio no seu orçamento, não fazer endividamentos e compromissos futuros, porque o reajuste de renda é anual (referindo-se ao salário mínimo), e os preços sobem em um intervalo de tempo menor, então essa moderação é importante", orienta. 

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