Guedes: reforma de impacto de R$ 600 bi ou R$ 700 bi não permite capitalização

Ministro da Economia explicou que a economia de R$ 1 trilhão em dez anos, que vem sendo defendida por ele, é necessária para garantir a transição entre os dois modelos

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: O ministro disse ainda que a proposta de reforma não traz os detalhes da capitalização justamente porque ela só será lançada "se houver combustível"
Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, se o Congresso Nacional aprovar a reforma da Previdência com impacto menor, de "R$ 600 bilhões ou R$ 700 bilhões", não será possível lançar o regime de capitalização.

Ele explicou que a economia de R$ 1 trilhão em dez anos, que vem sendo defendida por ele, é necessária para garantir a transição entre os dois modelos.

"Temos total consciência de que capitalização não pode ser aventura. A resposta está aqui dentro. Se a reforma for de economia de R$ 1 trilhão, temos confiança em lançamento de novo regime sem derrubar antigo", afirmou, durante audiência na Comissão Especial da reforma da Previdência.

O ministro disse ainda que a proposta de reforma não traz os detalhes da capitalização justamente porque ela só será lançada "se houver combustível" e defendeu que, quanto mais demorada for a criação do regime, mais difícil a transição.

Ele afirmou ter "atração" pelo modelo de poupança garantida - em que o governo bancará o salário mínimo para quem não tiver poupado o suficiente. "O Brasil é solidário, nenhum regime substituirá isso", completou.

Segundo Guedes, a ideia é reduzir o custo dos empregos para que os mais jovens entrem no mercado de trabalho. "É ilusão achar que os jovens entram no sistema e sangram a velha Previdência. Eles não vão entrar, eles ficarão desempregados", afirmou. "Todo o esforço é para garantir sistema atual, não para eliminá-lo."

Ele rebateu ainda declarações de deputados oposicionistas de que o sistema de capitalização não deu certo. "O que não deu certo foi o sistema de repartição. Quebrou na Grécia, em Portugal, em todo lugar", completou.

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