Greve derruba movimento de famílias no sábado da Ceasa e faz sumir hortifrúti

Houve queda de 50% na movimentação do varejo do entreposto de Maracanaú neste sábado; mesmo que as rodovias sejam liberadas, é preciso esperar de 4 a 5 dias para reposição de frutas, verduras e hortaliças de fora

Escrito por Redação ,

A greve dos caminhoneiros prejudicou, neste sábado (26), um hábito de muitas famílias da Grande Fortaleza: comprar frutas e verduras por valores menores para o consumo da semana. A Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa/CE), no entreposto de Maracanaú, registrou uma queda de 50% na movimentação de visitantes nesta manhã. A situação tende a piorar no começo da semana, pois já há falta de muitos alimentos vindos de outros Estados devido ao desabastecimento de segmentos como hortifrúti provocado pelo bloqueios das rodovias federais.

"O sábado é o dia mais procurado pelos consumidores que compram alimentos em pequenas quantidades, em quilinhos na Ceasa, mas hoje por causa da greve dos caminhoneiros o movimento foi muito fraco, porque há somente produtos regionais remanescentes", conta Odálio Girão, analista de mercado da Ceasa, em entrevista ao Diário do Nordeste.

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Os consumidores só encontraram hoje produtos como banana, coco, acerola, limão, cebolinha, coentro, provenientes de pomares e hortas em regiões do Ceará. Já uva, morango, abacate, goiaba, abacaxi e tomate, que chegam de outros Estados, estão em falta  no entreposto de Maracanaú.

"Para normalizar o abastecimento na Ceasa, vai levar de quatro a cinco dias, pois já estragaram as mercadorias que estão nos caminhões parados nos bloqueios, sendo preciso esperar que se retornem aos pomares", previu Girão, considerando o cenário de que as forças policiais consigam desobstruir as rodovias neste fim de semana nas principais regiões produtoras do País, como Bahia, Minas Gerais e São Paulo.

Batata, símbolo da crise

A elevação recorde dos preços dos alimentos também espantou os frequentadores da Ceasa. Sem a reposição de frutas, verduras e hortaliças, os valores atingiram recordes. É o caso da batata inglesa, cujo saco de 50 quilos atingiu R$ 500, na última sexta-feira, como mostra o aplicativo Ceasa-CE, em que o consumidor pode acompanhar a variação diária dos preços dos produtos comercializados no entreposto.  

No começo da greve dos caminhoneiros, o saco de batata inglesa era comercializado pelo valor mínimo de R$ 110, atingindo a máxima de R$ 500 na última sexta, um aumento explosivo de 354% em uma semana.

"Nunca antes na história da Ceasa, um saco de batata inglesa saiu tão caro", destacou Girão, acrescentando que o tubérculo é campeão de consumo, depois do tomate. Devido à falta de reposição dos estoques, já não se encontra mais batata inglesa na Ceasa.

Desde a última sexta-feira, nenhum caminhão proveniente de outros Estados entrou na área da Ceasa por causa da greve dos caminhoneiros, que entrou no sexto dia neste sábado. Mas houve movimento no atacado. As rodovias que ligam a Ceasa ao maciço de Baturité já estão liberadas. "As bananas de Baturité já estão chegando", comemora Girão.

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