Em um ano, AgroNordeste deve elevar produção cearense em 35%

Projeto de desenvolvimento focado na região foi lançado ontem, em Fortaleza, pelo Ministério da Agricultura. Duas regiões no Estado serão beneficiadas na primeira etapa, abrangendo mais de 4 mil produtores rurais

Escrito por Redação , negocios@verdesmares.com.br
Legenda: A ovinocaprinocultura e a carcinicultura serão alguns dos segmentos impulsionados pelo programa do Mapa
Foto: Foto: Alex Pimentel

A primeira medida do Governo Federal sob mandato do presidente Jair Bolsonaro voltada exclusivamente para o Nordeste, o Plano de Ação para o Nordeste (AgroNordeste), foi lançada ontem (11), em Fortaleza. Criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o projeto deve alavancar a produção agropecuária cearense em cerca de 35% já no primeiro ano de atuação, de acordo com a previsão do superintendente do Mapa no Estado e líder do comitê do AgroNordeste no Ceará, Neto Holanda.

Nesta primeira etapa, prevista para acontecer entre 2019 e 2020, 37 municípios localizados no Vale do Jaguaribe e nos sertões de Crateús e Inhamuns serão atendidos, beneficiando mais de 4 mil pequenos e médios produtores.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faec), Flávio Saboya, destaca que os produtores já podem se organizar para buscar o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), braço educativo da Faec no Estado, para conseguir a inclusão no AgroNordeste. 

Atuação

Sobre o plano geral do programa, Holanda afirma que todas as cadeias produtivas poderão ser beneficiadas. “Mas, pela característica das duas regiões cearenses escolhidas para essa primeira etapa, os projetos pioneiros desenvolvidos abrangerão ovinocaprinocultura e apicultura, na região dos Inhamuns, e fruticultura e produção de camarão no Vale do Jaguaribe”, ressalta.

Holanda ainda destaca que a metodologia a ser aplicada será construída de forma participativa com representantes das cadeias produtivas. “Nós temos uma metodologia geral, mas nosso modelo de gestão é a compartilhada. Queremos ouvir os produtores para saber quais os principais gargalos e montar o modelo de trabalho de forma conjunta”.

Dificuldades

Ele detalha, também, as principais dificuldades apresentadas pelo agronegócio cearense que têm atrapalhado o desenvolvimento do setor. “Vamos atuar nas feridas que nós temos há muito tempo: assistência técnica, extensão rural, assistência gerencial, e empreendedorismo. Vamos difundir essas ações que, hoje, o Governo Federal dispõe para que esses produtores possam crescer e aumentar a produção”, aponta Holanda.

Um dos caminhos para esse desenvolvimento, segundo ele, é a participação efetiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Ela está saindo de uma área de pesquisa mais nucleada para uma mais extensiva. Eu tenho a participação intensiva da Embrapa agora no desenvolvimento de novas tecnologias para esses produtores”, acrescenta.

Integração

O diretor-geral do AgroNordeste, Danilo Forte, destaca que o projeto visa a integração da produção agropecuária do Ceará com o Nordeste e com o Brasil. “Para isso, vários desafios precisam ser cumpridos. A partir da assistência técnica, iremos garantir a maior produtividade e qualidade dos produtos, bem como a inserção desses itens no mercado nacional e internacional”, prevê.

Ele explica que não será distribuído dinheiro aos produtores, mas, sim, dada a assistência necessária para que os negócios se consolidem. “É da competência do comitê regional analisar as demandas e os recursos necessários para o desenvolvimento de cada projeto. Parte desses recursos virá do orçamento da União e parte de financiamentos, principalmente do Banco do Nordeste”, esclarece. 

“Em todo o Nordeste, o programa já mobiliza cerca de R$ 8 bilhões, mas não é possível estimar quanto irá para cada Estado, pois depende da demanda”, completa.

Contudo, o presidente do BNB, Romildo Rolim, pontua que não serão criadas novas linhas de financiamento voltadas para os participantes do AgroNordeste. “Neste primeiro momento, nós iremos atuar em etapas antecedentes ao crédito, preparando a cadeia produtiva com ações de capacitação, assistência técnica, e organizando a comercialização em grupo, levando conectividade”. O Banco do Brasil também será uma das instituições financiadoras.

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