Em entrevista, Marinho defende tratamento diferenciado aos militares na reforma

Mudanças como o aumento da alíquota, do tempo de contribuição e o fato de pensionistas começarem a contribuir para ter direito ao benefício permitirão uma economia aos cofres públicos de R$ 97,3 bilhões em dez anos

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: Pelo projeto de lei apresentado os militares terão aumento salarial que vai custar R$ 86,85 bilhões em 10 anos
Foto: Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho defendeu o tratamento diferenciado aos militares na discussão da reforma da Previdência. Em entrevista na manhã desta quinta-feira (21), Marinho argumentou que a carreira nas Forças Armadas tem especificidades, como o fato de o militar não se aposentar e, sim, ir para a reserva. 

Marinho também afirmou que, ao "recepcionar a proposta das Forças Armadas", o governo fez um trabalho de atender às determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Ele enfatizou que mudanças como o aumento da alíquota, do tempo de contribuição e o fato de pensionistas começarem a contribuir para ter direito ao benefício permitirão uma economia aos cofres públicos de R$ 97,3 bilhões em dez anos

A maior parte desse ganho, contudo, será anulada com o desembolso do Estado pela equiparação da remuneração dos militares à de outras carreiras. Pelo projeto de lei apresentado os militares terão aumento salarial que vai custar R$ 86,85 bilhões em 10 anos.

"Os militares propuseram uma reestruturação, que perdeu muito em relação a outras", disse Marinho, mencionando que generais ganham metade do que outros cargos federais. 

Com isso, o saldo entre a economia e o aumento da remuneração, entre outros benefícios, resultará num ganho de R$ 10,45 bilhões em 10 anos, bem inferior às estimativas de ganho com a alteração no BPC, benefício concedido a idosos pobres e portadores de deficiência.

Convicções

Marinho disse na entrevista estar tranquilo quanto às opções que fez de defender, relatar e votar a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência apresentada pelo ex-presidente Michel Temer, mesmo que isso tenha lhe custado a reeleição para a Câmara. "São opções que fiz e estou tranquilo. O preço que se paga é o das convicções", afirmou o secretário.

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