Economia europeia desacelera e dólar vai a R$ 4,17

A Bolsa também repercutiu os dados mistos e teve leve queda de 0,17%, acima dos 104 mil pontos

Escrito por Folhapress ,
Legenda: As reservas passaram de US$ 340,897 bilhões na sexta-feira (24) para US$ 340 971 bilhões
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Dados europeus que evidenciam a desaceleração da economia amargaram o mercado financeiro nesta segunda-feira (23). A atividade da indústria alemã, que está em contração desde janeiro, foi para o pior nível em dez anos em setembro, aponta o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da IHS Markit.

Por outro lado, a indústria americana superou expectativas e cresceu no mesmo período, alcançando o maior patamar desde abril. A surpresa positiva dos EUA e o temor de uma recessão europeia levaram o dólar a ganhar força contra seus principais pares internacionais.

No Brasil, a cotação da moeda americana subiu 0,45%, a R$ 4,1720, maior patamar em 20 dias. A Bolsa também repercutiu os dados mistos e teve leve queda de 0,17%, acima dos 104 mil pontos.

Além da piora na indústria alemã, o PMI desta segunda apontou que a atividade do setor privado da maior economia da Europa encolheu em setembro pela primeira vez em seis anos e meio. 
O PMI composto, que acompanha os setores de manufatura e serviços, ou seja, mais de dois terços da economia da Alemanha, caiu para 49,1, de 51,7 em agosto.

É a primeira vez desde abril de 2013 que a leitura cai abaixo da marca de 50, marca que separa o crescimento da contração. Analistas esperavam uma queda para 51,4.

"A economia está mancando em direção ao último trimestre do ano e, em sua trajetória atual, pode não ter crescimento antes do final de 2019", disse Phil Smith, do IHS Markit.

Um subíndice que mede o setor manufatureiro caiu para 41,4, nível mais baixo em mais de dez anos. "Os números do setor manufatureiro são simplesmente terríveis", disse Smith.

Os dados da França também vieram abaixo das expectativas. A atividade empresarial francesa se expandiu em ritmo mais lento do que o esperado em setembro, com o crescimento do setor manufatureiro quase paralisando.

O PMI caiu a 51,3 em setembro, de 52,9 em agosto, ficando abaixo do de 52,7 previsto por economistas consultados pela Reuters.

A leitura, mais baixa em quatro meses, foi motivada pelo setor manufatureiro, onde a atividade mal ficou no território de expansão, com uma leitura de 50,3, após 51,1 em agosto. Aquém da previsão de 51,2.

Na zona do euro como um todo, o PMI estagnou em setembro, prejudicado pelo encolhimento da atividade na Alemanha.

O PMI caiu de 51,9 em agosto para 50,4 em setembro e ficou abaixo de todas as previsões em uma pesquisa da Reuters, que previa uma leitura de 51,9. A leitura é a mais baixa desde 2013.

"Os declínios foram amplos, entre países e setores. A medida composta caiu para uma nova mínima do ciclo, sinal de que a economia pode estar mais próxima da contração", disseram economistas do Morgan Stanley.

Em Bruxelas, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que os dados justificam o estímulo indefinido do BCE prometido no início deste mês e reiterou seu apelo aos governos para que intensifiquem seus esforços, já que a política monetária tende apenas a aumentar a confiança doméstica.

O discurso, no entanto, não foi o suficiente para mudar o humor do mercado financeiro. As Bolsas de Frankfurt, Paris e Londres fecharam em queda de 1,05% e 1,01%, respectivamente.
Nos Estados Unidos, o PMI mostrou que o emprego no setor de serviços encolheu pela primeira vez em mais de nove anos. Já a atividade do setor veio abaixo das expectativas, mas melhor que em agosto.

A indústria cresceu para 51 pontos em setembro, acima das expectativas do mercado de 50,4. O dado freou o viés negativo no mercado acionário americano. Os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq fecharam estáveis. O volume negociado, no entanto, ficou 28% abaixo da média para o mês.

No Brasil, o volume negociado na Bolsa também ficou abaixo da média. Foram R$ 11 bilhões, contra uma média diária de R$ 16 bilhões para o ano.

O Ibovespa fechou em queda de 0,17%, a 104.637 pontos. 

Nesta segunda, o boletim Focus do Banco Central teve a sétima redução seguida da previsão para a inflação. Agora, economistas veem o IPCA a 3,44% ao fim de 2019, uma redução de um ponto percentual em relação à semana passada. Há um mês, a previsão para o ano era de 3,65%.

Para 2020, se manteve a expectativa da semana passada de 3,80%.

Também nesta segunda, a votação da proposta de reforma da Previdência no plenário do Senado foi adiada de terça para quarta-feira (25).

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