Depreciação cambial não representa risco e não afeta crescimento, diz Banco Central

Para a autoridade monetária, a depreciação do câmbio agora está associada a uma taxa de juro nominal baixa e a fatores pertinentes ao próprio câmbio

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: Direção de Política Econômica do Banco Central enfatizou que a autoridade monetária não tem uma meta para a taxa de câmbio
Foto: Foto: Divulgação

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Fábio Kanczuk, disse nesta terça-feira (18) que a depreciação cambial não afeta o crescimento da economia. Ele reforçou que o processo agora está associado a uma taxa de juro nominal baixa e a fatores pertinentes ao câmbio.

Não era o que acontecia no passado, de acordo com Kanczuk, quando o câmbio se depreciava movido por fatores que nada tinham a ver com o próprio câmbio.

"Depreciação não está necessariamente ligada a riscos. Agora, é uma depreciação promovida por uma taxa de juro baixa", disse o diretor do BC.

Kanczuck fez questão de enfatizar ainda que o BC não tem uma meta para a taxa de câmbio. "É bom deixar claro que o BC não tem uma meta para a taxa de câmbio", disse o diretor, durante o BTG Pactual CEO Conference, evento realizado em São Paulo.

Dificuldade

O diretor de Política Econômica do Banco Central foi bastante realista em sua resposta a uma pergunta feita pelo CEO da BTG Pactual Asset Management, Eduardo Guardia, sobre os motivos da dificuldade de a economia retomar o crescimento num cenário em que a taxa básica de juro caiu de 14,25% ao ano para atuais 4,25% ao ano.

De acordo com o diretor, diante das mudanças estruturais da economia, não há muito o que dá para se fazer.

Para Kanczuk, além dos choques que machucaram a atividade econômica nos últimos anos, entre eles a greve dos caminhoneiros e a crise na Argentina, a economia brasileira passa por uma mudança estrutural consistente na mudança do financiamento pelos bancos públicos para os bancos privados.

"Isso demora mesmo. E diante dessas mudanças estruturais não há muito o que se fazer", disse Kanczuk.

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