Demanda por transporte aéreo de carga tem leve alta em março, diz Iata

Em fevereiro, desempenho do transporte aéreo de carga havia contraído 4,9%

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: A demanda no segmento continua a enfrentar dificuldades com os volumes de transações internacionais em queda
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

A demanda global por transporte aéreo de cargas, medida em toneladas-quilômetro (FTK, na sigla em inglês), registrou leve acréscimo de 0,1% em março na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (7) pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Embora o desempenho represente uma melhora significativa em relação a contração de 4,9% registrada em fevereiro; considerando ajustes sazonais a demanda ainda apresenta queda de 1,5% no comparativo anual.

A oferta global por transporte aéreo de carga, medida em toneladas-quilômetro disponíveis (AFTK, na sigla em inglês), cresceu 3,1% na mesma base de comparação. Em nota, a Iata ressalta que esse é o décimo primeiro mês consecutivo em que a expansão da capacidade supera a demanda em 12 meses.

A demanda no segmento continua a enfrentar dificuldades, observa a associação, com os volumes de transações internacionais registrando queda de 1% ao longo do último ano; a atividade da economia global e a confiança do consumidor ainda enfraquecidas e o componente de pedidos de exportação do índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) da indústria global em declínio desde setembro de 2018.

A confiança da indústria com relação a perspectivas para o ano, no entanto, continua relativamente otimista com apenas 13% dos consultados pela pesquisa sobre Confiança nos Negócios da Iata estimando retração nos volumes de frete em 2019.

"No comparativo anual, a demanda por transporte de carga retornou ao território positivo em março, com crescimento de 0,1%. Após quatro meses consecutivos de contração, isso é um dado encorajador. Porém, fatores como o enfraquecimento do comércio global, crescentes tensões comerciais e retração nos pedidos de exportação continuam presentes", disse em nota Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata.

Região

Em termos regionais, todas as regiões reportaram crescimento na demanda em março no comparativo anual, exceto a Ásia-Pacífico. Nessa região, a demanda por frete das companhias aéreas encolheu 3,4% em março 2019, em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado, porém, representa uma melhora significativa em relação a retração de 12% registrada no mês anterior. A piora nas condições de produção para os exportadores na região, recrudescimento das tensões comerciais e a desaceleração da economia chinesa impactaram o mercado. A capacidade da região diminuiu 1,0% na mesma base de comparação.

Na outra ponta, as aéreas da África registraram o maior crescimento, com expansão de 6% na demanda por frete e alta de 15,2% na oferta em março no comparativo anual.

Na América Latina, a demanda por frete cresceu 3,6% no período, enquanto a capacidade apresentou forte expansão de 16,9%. A expectativa de recuperação da economia brasileira tem respaldado um ressurgimento da demanda por frete de carga, afirma a Iata em nota, mas "ainda assim, as incertezas econômicas e políticas em diversas partes da região continuam a representar desafios para a indústria".

Na América do Norte foi reportado aumento de 0,4% na demanda por transporte de carga e alta de 2,6% na capacidade em março de 2019 no comparativo anual. Já na Europa, a demanda cresceu 3,6% na mesma base de comparação, enquanto a capacidade aumentou 6,4%. No Oriente Médio, o volume de fretes cresceu 1,3%, enquanto a oferta aumentou 3,8% no período.

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