CSP já investiu US$ 624 mi em equipamentos de controle ambiental

Siderúrgica reaproveita 70% dos resíduos da produção

Escrito por Redação ,
Legenda: Além do reaproveitamento dos resíduos dentro da própria empresa, os 29% restantes se transformam em co-produto e são aproveitados por outras empresas
Foto: Arquivo

A Companhia Siderúrgica do Pecém já investiu US$ 624 milhões em equipamentos de Controle Ambiental desde o início de sua operação. O aporte permite à CSP alcançar índices como uma recirculação de água de 98,5% dentro das instalações do equipamento e reaproveitamento de 70% dos resíduos, com destaque para o que sobra do minério de ferro utilizado na fabricação da placas de aço.

"Esses US$ 624 milhões são os equipamentos de Controle. Depois que a companhia entrou em operação, outras operações ambientais foram feitas, como monitoramento, programas e melhorias que resultaram em redução do descarte", detalha Marcelo Baltazar, gerente geral de Segurança Ocupacional e Meio Ambiente da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Marcelo Baltazar, que participou nesta sexta (7) de evento em alusão à Semana Internacional do Meio Ambiente na sede da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece).

De acordo com ele, além do reaproveitamento dos resíduos dentro da própria empresa, os 29% restantes se transformam em co-produto e são aproveitados por outras empresas. O co-produto é composto basicamente por sílica após a separação do minério de ferro. "São materiais considerados resíduo para nós, mas são de interesse econômico para outras empresas, tanto que chamamos de co-produto", explica.

O co-produto passa por um processo de granulação e é encaminhado, por exemplo, para cimenteiras. "O cimento, no Brasil pode ter até 70% de escória de alto-forno em substituição ao clinquer (cimento em fase básica)", detalha.

De acordo com ele, a economia com a destinação desses resíduos é milionária. "Se eu tivesse que destinar isso a um aterro, não poderia ser qualquer aterro sanitário, mas sim um aterro nosso, porque o volume é muito grande. É tanto co-produto que teria que ser uma unidade própria ou inviabilizaria a gestão de resíduo municipal. O que vai para aterro, do total de resíduo que é gerado pela empresa, é menos de 1%", afirma.

Para as destinações dos co-produtos do minério de ferro e outros produzidos pela companhia, existe um departamento próprio, que fica responsável pela comercialização. "É o departamento de vendas especiais. É um grande volume e a gente está falando de clientes de grande porte", justifica Marcelo Baltazar.

Economia de água

Além do reuso e destinação estratégica dos resíduos, a siderúrgica também destaca indicadores de resuo de água.

"A CSP usa quase a metade que uma siderúrgica do mesmo padrão consome de água para produzir uma tonelada de aço bruto", diz Baltazar.

"Todas as unidades que precisam de água, nós usamos a água no processo, mas ela não é descartada. Ela vai para uma estação, é tratada e retorna ao processo", explica. A água é retratada até que não possa mais ser utilizada e então é utilizada em outro processo antes do descarte. "Eu ainda posso aproveitar em outro processo, porque alguns não exigem água de qualidade, como por exemplo umectação de via e resfriamento de escória. Eu não preciso usar água limpa para isso", explica Baltazar. "Hoje, a gente trabalha com 98,5% de recirculação de água", arremata.

Aporte de acionistas

No mês passado, os grupos Dongkuk, Posco e a Vale, acionistas da Companhia Siderúrgica do Pecém, anunciaram um aporte de R$ 500 milhões em três anos. "Esse investimento tem uma outra finalidade. Está em uma outra seara", disse Baltazar, sem detalhar qual seria o destino do recurso.

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