Copom reduz taxa básica de juros para 4,5% ao ano

Esse foi o quarto corte anunciado pelo Banco Central na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL)

Escrito por Folhapress ,
Legenda: Para a taxa básica, é projetado novo corte, dessa vez de menor magnitude (0,25%), na próxima reunião do Copom, em fevereiro
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O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros nesta quarta-feira (11) de 5% para 4,5% ao ano, confirmando a expectativa praticamente unânime do mercado financeiro.

Esse foi o quarto corte anunciado pelo Banco Central na gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Desde dezembro de 2017 os juros vêm renovando as mínimas históricas. Ou seja, a Selic está novamente no menor patamar desde que passou a ser utilizada como instrumento de política monetária, em 1999.

Na reunião anterior, a instituição já havia afirmado que a consolidação de um cenário benigno para a inflação permitiria um corte adicional em dezembro de 0,50 ponto percentual.

O ciclo atual de corte de juros começou em julho, quando a taxa estava em 6,50% ao ano, logo após a aprovação da reforma da Previdência pela Câmara.

Apesar do aumento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor, calculado pelo IBGE) em novembro, em grande parte por causa dos preços das carnes, o mercado financeiro não projeta uma disparada da inflação no próximo ano, período para o qual o BC olha ao fazer esse novo corte de juros.

De acordo com as projeções do relatório Focus, levantamento do BC feito junto a economistas, a inflação deve cair de 3,84% em 2019 para 3,60% em 2020. Pesquisa Datafolha, no entanto, mostra o brasileiro mais preocupado com a inflação.

Para a taxa básica, é projetado novo corte, dessa vez de menor magnitude (0,25%), na próxima reunião do Copom, em fevereiro. Depois, se espera uma elevação, para 4,5%, no último quadrimestre de 2020.

Entre algumas grandes instituições financeiras, a avaliação é que a taxa pode cair para 4% ao ano em 2020 e ficar nesse patamar até o ano seguinte.

Também na última reunião, o BC afirmou que o atual estágio do ciclo econômico recomenda "cautela em eventuais novos ajustes no grau de estímulo" à economia e que os próximos passos da política monetária vão depender da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

A queda esperada para o dólar no próximo ano, para algo mais próximo de R$ 4, é outro motivo que tem mantido as expectativas para o IPCA abaixo da meta perseguida pelo BC para 2020, de 4%.

A nova rodada de cortes da taxa básica se dá em um contexto de fraco de crescimento da economia, apesar da recuperação modesta do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre, inflação abaixo da meta, desemprego elevado e juros baixos (até negativos) em países desenvolvidos e emergentes.

Por isso, espera-se que os juros continuem em níveis baixos nos próximos anos. As projeções do Focus para a taxa básica nos próximos anos são de 6,25% (2021), 6,50% (2022) e 6,50% (2023), ainda próxima das mínimas históricas.

A Selic chegou a 7,25% em 2012, no governo Dilma Rousseff, mas voltou a subir durante a gestão da petista. No governo Michel Temer, os juros atingiram a mínima de 6,50% ano.

Apesar de a taxa estar na sua mínima histórica, o Indicador de Custo do Crédito (ICC) do BC mostra que a redução ainda não chegou totalmente a consumidores e empresas. Enquanto a Selic caiu 2 pontos percentuais, a taxa média de juros das operações contratadas em outubro atingiu 23,9% ao ano, diminuição de 0,6 ponto em 12 meses.

Nas operações com pessoas físicas, a taxa média estava em 49,7% ao ano. No crédito às empresas, atingiu 17,6% ao ano.

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