Consumidores esperam inflação de 5,1% em 12 meses a partir de março, diz FGV

Para os mais pobres, a expectativa de inflação aumentou de 0,6 ponto percentual para 6,0% nos próximos 12 meses

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Legenda: A alta em março quebrou uma sequência de quatro quedas
Foto: Foto: Bruno Gomes

A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,1% em março, ante 4,9% em fevereiro informou nesta terça-feira (26), a Fundação Getulio Vargas (FGV) que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores.

A alta em março quebrou uma sequência de quatro quedas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve redução de 0,2 ponto porcentual na estimativa para a inflação. 

"O resultado pode estar sendo influenciado pela percepção de aceleração do IPCA no primeiro bimestre deste ano, movimento que não parece ter afetado ainda a visão favorável de especialistas com relação à evolução da inflação no ano. As expectativas ainda se mantêm bem comportadas e devem variar pouco considerando o cenário de recuperação lenta da economia", afirma, em nota, Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). 

A parcela dos consumidores que projetam valores entre os limites de tolerância da meta de inflação para 2019, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional entre 2,75% e 5,75%, com o centro em 4,25%, diminuiu de 60,5% em fevereiro para 58,3% em março. 

A proporção de consumidores projetando valores abaixo do limite inferior (2,75%) subiu 1,1 ponto porcentual, para 4,8%, a maior parcela nos últimos seis meses. A parcela dos que esperam uma inflação acima do limite superior (5,75%) aumentou de 35,8% para 36,9%

A percepção da inflação é mais forte entre os mais pobres, já que o aumento de março foi influenciado pelas famílias com renda mensal até R$ 2.100. Para esses consumidores, a expectativa de inflação para os próximos 12 meses aumentou 0,6 ponto porcentual para 6,0%. Nas demais faixas de renda, as expectativas se mantiveram estáveis. 

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
 

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