Compras para estoque no início da pandemia pressionaram inflação em Fortaleza; preços avançam 0,21%

Economista aponta que diante do cenário de pandemia da Covid-19, o País vive em uma situação de desaceleração econômica, que pode ser bastante profunda neste segundo trimestre do ano

Escrito por Redação ,
Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A inflação da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) apresentou avançou em menor ritmo em março, com um leve alta de 0,21%. Em fevereiro, o índice inflacionário da Capital registrava uma elevação de 0,80%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a desaceleração se deve à crise causada pelo novo coronavírus, segundo o economista Ricardo Eleutério.

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Ele avalia que, com o período de pandemia, a pressão inflacionário sobre os alimentos, já era algo previsto. "Era de se esperar que houvesse essa pressão inflacionária nos alimentos, por conta de alguns movimentos, como as pessoas que passaram a fazer compras em maior quantidade para estocar, pelo  receio da escassez. Outro fator que colabora é o movimento especulativo daqueles que trabalham com o produto, desde o começo da cadeia até chegar ao consumidor", comenta.

Mesmo com ritmo menor, a RMF acumula a maior taxa do País no acumulado ao ano, com taxa de 1,29%. 

Processo de desaceleração

O mesmo movimento pode ser analisado na inflação geral do País, que em março, registrou uma taxa de 0,07% ante 0,25% de fevereiro. De acordo com o economista, diante da pandemia do coronavírus, o Brasil está vivenciando um processo de desaceleração econômica.

"Nós iniciamos um processo de desaceleração econômica, que vai ser muito profundo, sobretudo, neste segundo trimestre do ano. E geralmente a recessão vem acompanhada de baixa da inflação. Nós já podemos analisar que de fevereiro pra março houve uma queda na taxa, tanto no Ceará, como no Brasil", analisa.

Em março, apesar da desaceleração, a inflação de Fortaleza foi a terceira maior do País, ficando atras apenas do Rio de Janeiro (0,46%) e Recife (0,31%). Eleutério, pontua que mesmo com o cenário de deflação, Fortaleza continuará repetindo seu "padrão de comportamento", se destacando como uma das maiores taxas inflacionárias do País.

Grupos

A inflação de 0,21% na RMF teve maior contribuição do grupo alimentação, que apresentou uma taxa de 1,16% no mês, com destaque para o subgrupo alimentação domiciliar,  que inflacionou 1,33%. Confira os itens do grupo que mais inflacionaram em março:

Cebola (25,19%)
Cenoura (22,41%)
Mamão (9,64%)
Manga (8,84%)
Feijão-fradinho (7,22%)
Peixe-palombeta (6,42%) 
Laranja-pera (6%)
Óleo de soja (5,41%) 
Banana-prata (4,14%)  

De acordo com o IBGE,na RMF, outros grupos que apontaram alta no mês foram: habitação (0,88%), educação (0,23%), despesas pessoais (0,11%),comunicação (0,06%) e saúde e cuidados pessoais (0,03%). Na ponta oposta, transportes (-0,99%), artigos de residência (0,55%) e vestuário (0,33%), apresentaram deflação em março.

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