Com tabela, competitividade de produtos do CE segue reduzida

Fretes vêm encarecendo itens locais, afetando diretamente o consumidor

Escrito por Redação ,

Seis meses após os primeiros impactos da tabela de fretes serem sentidos pela cadeia produtiva no Ceará, as coisas continuam inalteradas. Segundo representantes de setores econômicos locais, os produtos do Estado continuam perdendo competitividade quando entram nos mercados do Sul e do Sudeste. A constatação vem após a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) publicar, ontem (18), no Diário Oficial da União (DOU), a nova tabela com os pisos mínimos de frete.

Segundo Carlos Rubens, presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran-CE), a decisão de atualizar a tabela de fretes mantém uma barreira de dificuldade para os produtos cearenses. Com o tabelamento, o transporte de itens do Sudeste para o Nordeste teria se mantido no mesmo patamar de preços, explicou Rubens, mas encareceu os fretes que saem no sentido contrário. "O cara que é de São Paulo não foi afetado, mas quem é do Ceará e manda para fora vai ser prejudicado, porque o frete vai ser tabelado e aumentou muito, fazendo com que as mercadorias ficassem mais caras, e quem paga por isso é o consumidor", disse.

Modelo

Para Nidovando Pinheiro, vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados, o Governo Federal deveria buscar outro modelo de controle. Segundo ele, o mercado de transporte de cargas precisa de mais competição e não intervenção pública, como a aplicação do tabelamento.

"Precisamos ter mais competição nos fretes. Com a tabela, as transportadoras repassam os aumentos de imediato, e isso acaba encarecendo os produtos, então quem perde é o nosso consumidor", ponderou Pinheiro.

O vice-presidente da Acesu ainda afirma que os impactos do tabelamento não demoram muito a chegar nas gôndolas dos supermercados. "É uma questão de no máximo quinze dias de haver os reajustes e isso prejudica muito a gente", afirmou.

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