Com paralisação de aplicativos, corridas mais que dobram de valor na Capital

Motoristas realizam protestos desde a manhã de hoje, reivindicando aumento da tarifa repassada a eles e também devido a alta dos combustíveis

Escrito por Redação ,
Legenda: Motoristas de aplicativos reivindicam aumento da tarifa repassada a eles e ficarão com aplicativos desligados até o final desta quarta-feira (08)
Foto: Foto: Helene Santos

Os deslocamentos por aplicativos de transporte na Capital estão até 125% mais altas do que o normal. Isso acontece em meio à movimentação de motoristas de todo o País, incluindo os profissionais de Fortaleza, que realizam paralisações desde a manhã de hoje (8) em vários pontos da cidade.

Uma pesquisa feita pela reportagem apontou que às 15h uma corrida saindo do bairro Dionísio Torres em direção ao bairro Damas custava R$12. Às 17h, a mesma trajetória já havia aumentado para R$27. Em nota, a 99 informou que "seguimos observando a evolução do quadro desencadeado pela paralisação dos motoristas parceiros e adotamos medidas para amenizar possíveis impactos ao passageiro". A Uber não se pronunciou até a publicação desta reportafem. 

Os motoristas de aplicativos reivindicam aumento da tarifa repassada a eles e protestam contra as elevações constantes dos preços dos combustíveis. De acordo com o presidente da Associação de Motoristas Privados Individuais de Passageiros (Ampip), Antônio Evangelista, atualmente é repassado R$0,90 por quilômetro rodado.  

"Os motoristas querem um valor de taxa plausível. Para o motorista continuar dando ao usuário um serviço de qualidade, com bons carros, o motorista quer que as empresas revejam esses cálculos. Um aumento de R$0,50 por km seria algo muito bom e favorável. Não é o essencial, mas os aplicativos fazem uma análise dos custos dos motoristas que é muito alto", explica.

Repasse

A 99 afirmou que o repasse dos pagamentos das viagens dos motoristas contempla duas variáveis. "Tempo e distância percorrida, além de uma tarifa mínima. Os ganhos do condutor são calculados de forma independente do valor pago pelo passageiro. A empresa reforça seu compromisso de trabalhar para aumentar a renda dos condutores por meio de um número maior de chamadas e da cobrança de taxas menores em comparação à concorrência", avalia. 

De acordo com o presidente da Ampip, a adesão aos protestos não é geral, emotoristas de aplicativos reivindicam aumento da tarifa repassada a eles. "Estamos com os aplicativos parados e são todos os aplicativos de transporte. Com o aumento do preço do combustível houve uma alta de muitas mercadorias e ficou inviável trabalhar com um valor dessa de quilometragem".

Além disso, Evangelista afirmou também que o movimento acontece em vários pontos de Fortaleza, como na rodoviária, Aeroporto Internacional e Praia do Futuro. "Os motoristas estavam concentrados em locais discutindo o assunto sobre o valor da taxa que é muito baixa. A taxa precisa acompanhar o aumento da inflação. A gente não teve um ponto específico para reunir vários motoristas em um único local. Não fechamos nenhuma rua, é uma movimentação pacífica". 

O presidente da Associação reafirma que o movimento não é contra os aplicativos. "É em prol de uma tarifa mais justa. Não é uma revolta contra os aplicativos. Nós estamos dizendo que deve-se haver um reajuste na taxa repassada aos motoristas".

De acordo com ele, a Ampip possui 2,8 mil associados. "Os aplicativos hoje têm 26 mil motoristas de aplicativos no Estado", conclui. 

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