Caixa 'despedala' e devolve R$ 3 bilhões à União

Em anúncio feito ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Caixa afirmou que o banco deve devolver outros R$ 17 bilhões até o fim do ano

Escrito por Folhapress ,
Legenda: Anúncio feito por Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ocorreu com a presenta do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Foto: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quarta-feira (12) a devolução de R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional. A medida atende à orientação do governo de "despedalar" os bancos públicos e tem impacto positivo sobre a dívida pública.

Em anúncio feito ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que o banco deve devolver outros R$ 17 bilhões até o fim do ano, totalizando R$ 20 bilhões em 2019.

De acordo com Guedes, a devolução dos recursos descomprime a dívida pública. Segundo ele, o Brasil gasta R$ 100 bilhões ao ano apenas com o pagamento de juros da dívida.

"Durante a campanha, falamos que íamos 'despedalar' os bancos públicos. Houve muitos empréstimos da União aos bancos públicos, que cometeram excessos", disse. "Essas pedaladas levaram inclusive ao impeachment de uma presidente".

No total, a Caixa tem cerca de R$ 41 bilhões a devolver, resultado de injeções de recursos feitas por meio de IHCD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida) entre 2007 e 2013, durante os governos do PT.

Esses instrumentos são classificados como híbridos porque possuem elementos de participação societária e, simultaneamente, de dívida.

O mecanismo foi adotado para permitir que o banco aumentasse a oferta de empréstimos sem que a União, seu controlador, tivesse que capitalizá-lo com recursos próprios.

Dessa maneira, as contas do governo não foram diretamente afetadas. Porém, a operação financeira elevou a dívida bruta, o que, somado à recessão e ao aumento de gastos públicos, contribuiu para a atual crise fiscal.

Guedes ressaltou que a orientação é de que a Caixa reduza a participação no mercado de crédito, dando prioridade às operações de menor valor voltadas à população, em detrimento dos empréstimos feitos a grandes empresas.

"Estamos removendo esses privilégios, vamos reduzir esse dinheiro dos campeões", disse.

De acordo com o ministro, a devolução dos recursos pela Caixa é saudável para as contas do banco porque o empréstimo tem um custo que chega a 18% ao ano.
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, informou que o Tesouro tem a receber dos bancos públicos um montante de R$ 86,5 bilhões.

Os débitos estão com a Caixa (R$ 40,2 bilhões), BNDES (R$ 36,1 bilhões), Banco do Brasil (R$ 8,1 bilhões), Banco do Nordeste (R$ 1 bilhão) e Banco da Amazônia (R$ 1,06 bilhão).

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