Bolsonaro diz que preço dos combustíveis pode subir com crise na Venezuela

O presidente comentou ainda os efeitos da crise venezuelana sobre o fornecimento de energia elétrica em Roraima

Escrito por Folhapress ,
Legenda: Em meados de abril, a intervenção do Governo na política de reajustes do preço do diesel da Petrobras e impediu um aumento do combustível
Foto: Foto: Thiago Gadelha

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (1º) que o preço do petróleo no Brasil pode subir devido ao agravamento da crise na Venezuela. "Uma preocupação existe sim. Com essa ação, com embargos, o preço do petróleo a princípio sobe. Temos que preparar, dado à política da Petrobras, de não intervenção [na política de preços] da nossa parte. Mas poderemos ter um problema sério dentro do Brasil devido ao que acontece lá", declarou Bolsonaro, depois de deixar uma reunião no Ministério da Defesa, em Brasília, para avaliar a situação no país vizinho.

Participaram do encontro os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), além dos comandantes das Forças Armadas e do Estado Maior Conjunto.

"Política de reajuste está adotada. Vamos conversar para nos antecipar a problemas de fora que venham de forma bastante grave aqui para dentro no Brasil", disse o presidente, que não deu mais detalhes sobre como o acirramento do confronto na Venezuela pode impactar o mercado de combustíveis brasileiro.

Na madrugada de terça, os líderes da oposição Juan Guaidó e Leopoldo López deram início a uma ação para tentar derrubar o regime de Maduro.

López, que estava em prisão domiciliar, foi para a rua ao lado de Guaidó. Ambos se dirigiram para a base aérea de La Carlota, em Caracas, onde anunciaram o apoio de militares dissidentes e convocaram a população a se juntar a eles.

Maduro, no entanto, disse que as Forças Armadas do país seguem leais a ele e convocou uma manifestação popular em apoio a seu governo. Novas manifestações são esperadas para esta quarta-feira. 

Em meados de abril, Bolsonaro interferiu na política de reajustes do preço do diesel da Petrobras e impediu um aumento do combustível, temendo uma nova paralisação dos caminhoneiros. 

A intervenção do presidente gerou críticas de agentes econômicos. Uma semana após a decisão do presidente, a Petrobras corrigiu o preço do diesel, mas numa proporção inferior ao reajuste barrado por Bolsonaro. 

Bolsonaro comentou ainda os efeitos da crise venezuelana sobre o fornecimento de energia elétrica em Roraima, uma vez que o estado consumia eletricidade gerada na Venezuela. O fornecimento está suspenso em razão de recorrentes falhas técnicas na linha de transmissão.

De acordo com Bolsonaro, o Brasil gasta por dia 1 milhão de litros de óleo diesel para abastecer as centrais térmicas no Estado. Ele defendeu a construção do Linhão de Tucuruí, para conectar Roraima ao SIN (Sistema Interligado Nacional), para reduzir a dependência do Estado da energia venezuelana.

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