Bolsonaro diz que Joaquim Levy está 'com a cabeça a prêmio' e ameaça demiti-lo

A razão para o descontentamento do presidente é o interesse de Levy em nomear um executivo que trabalhou na gestão petista. O próprio Levy, entretanto, foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff

Escrito por Redação / Folhapress ,
Legenda: "Essa pessoa, o Levy, já vem há algum tempo não sendo aquilo que foi combinado e aquilo que ele conhece a meu respeito", disse Bolsonaro
Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Jair Bolsonaro disse, no início da tarde deste sábado (15), que o presidente do BNDES, Joaquim Levy, "está com a cabeça a prêmio já há algum tempo" e ameaçou demiti-lo na próxima segunda-feira, mesmo sem consultar o ministro da Economia, Paulo Guedes.

A razão para o descontentamento de Bolsonaro, segundo ele mesmo, é o interesse de Levy em nomear Marcos Barbosa Pinto, executivo que trabalhou na gestão petista. O próprio Levy, entretanto, foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.

"Eu já estou por aqui com o Levy. Falei pra ele demitir esse cara na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes", disse Bolsonaro diante do Palácio da Alvorada. Joaquim Levy foi escolhido por Guedes para a presidência do BNDES.

Barbosa Pinto foi assessor do BNDES no governo do PT e, segundo reportagem do jornal Valor Econômico, voltaria ao banco para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES.

O presidente disse que "governo é assim, não pode ter gente suspeita" em cargos importantes. "Essa pessoa, o Levy, já vem há algum tempo não sendo aquilo que foi combinado e aquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio já há algum tempo", disse. 

Questionado se Levy já estaria demitido, Bolsonaro negou. 

Na última semana, Bolsonaro afirmou que vai demitir o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, por ele ter se comportado como "sindicalista". 

Desagradou o presidente o fato de o general ter tirado foto com parlamentares de esquerda e de ter dito que não haverá privatização dos Correios, como é planejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

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